Copom mantém taxa Selic em 8,75% ao ano
Por Francisco Carlos de Assis, Flavio Leonel e Fernando Nakagawa São Paulo e Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu hoje manter a taxa Selic em 8,75% ao ano, nível em que se encontra desde a reunião de 22 de julho deste ano. A decisão dos membros do Copom foi […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Por Francisco Carlos de Assis, Flavio Leonel e Fernando Nakagawa
São Paulo e Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu hoje manter a taxa Selic em 8,75% ao ano, nível em que se encontra desde a reunião de 22 de julho deste ano. A decisão dos membros do Copom foi unânime. A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e no início de 2009 estava em 12,75% ao ano.
Na reunião do Copom de março deste ano havia caído para 11,25%, no final de abril para 10,25%, em junho para 9,25% e finalmente em julho o último corte no período recente, para 8,75% ao ano.
A decisão de manter o juro básico em 8,75% no último encontro sobre política monetária deste ano já era amplamente prevista pelo mercado financeiro e economistas. Levantamento realizado pela Agência Estado com 60 instituições mostrou que havia unanimidade em torno desta estimativa e que a grande dúvida, representada por uma série de previsões divergentes, está relacionada ao futuro da Selic em 2010, quando a atividade econômica aquecida no País tende a obrigar a autoridade monetária a retomar o processo de elevação nos juros como medida preventiva para evitar riscos ao cumprimento da meta de inflação, especialmente de 2011. Conforme as expectativas coletadas com as mesmas casas consultadas, a taxa básica deverá fechar 2010 em até 12,75% ao ano, o que representaria um acréscimo de 4 pontos porcentuais em relação ao nível atual.
De acordo com os economistas entrevistados, há um consenso em torno do fato de que a economia nacional, dando sequência ao que está sendo observado no final de 2009, estará bastante aquecida já no primeiro trimestre do próximo ano. Só não existem opiniões unânimes em relação à força desta recuperação e em relação a quando o BC tomará a decisão preventiva para evitar estragos no cumprimento da meta de inflação. Somam-se a isso, outros fatores não menos importantes nas avaliações das instituições financeiras que são a menor rigidez do governo no cumprimento das metas fiscais, as eleições presidenciais no País, que podem trazer algum tipo de variação maior no câmbio, e a possibilidade de uma recuperação, ainda que não tão forte, do preço das commodities (matérias-primas) no mercado internacional.
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 26 e 27 de janeiro de 2010. A ata da reunião de hoje será divulgada pelo BC na quinta-feira da próxima semana, dia 17.