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Copom definirá a velocidade para a queda dos juros

O consenso em relação ao corte leva em conta a deflação registrada pelos índices de custo de vida, a queda na atividade econômica e na curva de juros no mercado futuro

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h02.

São Paulo, 21 de julho (Portal EXAME) Ser ou não ser agressivo no corte dos juros? Na avaliação dos analistas, esse é a principal dilema do Comitê de Política Monetária (Copom) em sua próxima reunião, que começa amanhã (22/7) e define ao que tudo indica nova queda na Selic, a taxa básica de juros. O consenso em relação ao corte leva em conta a deflação registrada pelos índices de custo de vida, a queda na atividade econômica reforçada por diferentes indicadores e a queda na curva de juros no mercado futuro, bem como a convergência para as metas de inflação definidas pelo Coselho Monetário Nacional (CMN). A dúvida a ser avaliada no encontro dessa semana é a velocidade da queda na taxa básica e para alguns a velocidade da retomada do crescimento econômico.

"O volume de crédito caiu, o nível de atividade está fraco quer seja medido pela produção, pela renda ou pelo emprego-, o real mantém a valorização e a inflação, a queda", diz Odair Abate, economista-chefe do Lloyds TSB. "Não dá para acreditar que o Copom vai perder a oportunidade de fazer um corte mais efetivo." Abate comunga da opinião da maioria dos analistas de que o corte deve ficar em no mínimo 1,5 ponto percentual, apesar de não se surpreender se a queda chegar a 2 pontos por conta da conjuntura econômica. Na reunião de junho, o Copom iniciou a trajetória de baixa da Selic com uma queda de meio ponto percentual. Para Abate, a taxa fecha o ano na casa dos 20%.

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"Ninguém mais discute se haverá ou não um corte, mas a dimensão da queda", diz Rodrigo Marques, gestor da Corretora Fator Doria Atherino. Marques descarta uma posição mais agressiva por parte dos gestores da política macroeconômica. Na sua avaliação, o próprio mercado veria com desconfiança e questionaria uma queda brusca. "O Copom já demonstrou não gostar de efeitos especiais e o varejo ainda mostra vontade de reajustar preços: não acredito que o corte passe de um ponto percentual."

O corte de 1,5 ponto percentual, no entanto, parece coerente para a maioria dos analistas. Newton Rosa, economista Chefe da Sul América Investimentos, espera um corte dessa dimensão, como um bom começo para reverter o baixo desempenho da economia: "O último relatório Focus do BC mostra que as expectativas do mercado começam a convergir para as metas, reforçando o acerto da política monetária", diz Rosa. "Inflação em queda sistemática e economia flertando com a recessão abrem espaço para uma redução maior da taxa Selic". Em seu relatório, o BBV chamou de "ousadia responsável" cortes acima de 1,5 ponto percentual e também acredita que a queda não ultrapasse esse patamar.

A Associação Nacional de Instituições do Mercado Financeiro (Andima), em sua comissão de 20 economistas de instituições financeiras, acredita que as taxas de juros básicos vão atingir a média no ano de 24,4% e chegará, em dezembro, no patamar de 20,6%. Já para 2004, prevêem taxa média de 17,8%, chegando a dezembro com 16,1%.

Os economistas da Andima também concordam que os juros estão perdendo espaço para o reduzido nível de atividade no período. Tudo indica que o risco de desaquecimento da produção foi minimizado pelo governo em sua estratégia inicial de estabilização, analisaram. A comissão da Andima acredita que a mudança de pauta significa que a discussão sobre conjuntura vai incluir uma variável com forte viés político, que deve ser contemplada pelos agentes no futuro.

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