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Copom cumpre o previsto e corta Selic em 0,75 ponto

Taxa básica de juros cai para 15,75% ao ano, o menor valor desde março de 2001. Empresas pleiteiam juros reais de um dígito

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h35.

A taxa básica de juros atingiu, nesta quarta-feira (19/4), o menor nível dos últimos cinco anos - 15,75% ao ano, o mesmo patamar de março de 2001. O corte de 0,75 ponto percentual foi decidido por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A decisão não causou espanto entre investidores e empresários, já que era amplamente esperada pelo mercado. Em uma nota de apenas quatro linhas, o Banco Central justificou sua decisão afirmando tratar-se do "prosseguimento ao processo de flexibilização da política monetária, iniciado na reunião de setembro de 2005".

As reações da indústria enfatizaram a necessidade de prosseguir com os cortes e, se possível, em um ritmo mais acelerado. Boris Tabacof, diretor do departamento de economia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), afirma que a queda de 28% nos desembolsos do BNDES indicam que o atual patamar de juros coloca a economia em um ritmo de "stop and go" - expressão que indica o ritmo irregular de crescimento, com momentos de alta e de freada do PIB. "Crescimento sustentado é ficção com uma taxa real de juros acima de dois dígitos", diz Tabacof, em nota divulgada à imprensa.

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De acordo com a consultoria GRC Visão, com o corte de hoje, a taxa real de juros do Brasil passa a ser de 11,1% ao ano, o que mantém o país na liderança mundial dos juros altos. Cingapura, o segundo colocado, possui uma taxa de 7% ao ano. Concorrentes diretos do Brasil no mercado emergente, o México e a Índia gozam de taxas de 4,1% e 4% ao ano, respectivamente. Enquanto isso, os juros reais médios de 40 países pesquisados pela GRC Visão ficam em 1,8% ao ano.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lamentou que o BC tenha perdido outra oportunidade de acelerar a queda da Selic. Segundo seu presidente, Armando Monteiro Neto, a convergência da inflação para a meta de 4,5% determinada para este ano, a queda do risco-país e a expansão econômica justificariam um corte maior.

Para a economista Zeina Latif, do ABN Amro Real, o mais importante, neste momento, foi a união demonstrada pelos membros do Copom. Ao contrário do último encontro, no qual houve divergências, a unanimidade é positiva neste momento, segundo Zeina, pois havia dúvidas sobre a influência que o novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, exerceria sobre a diretoria do BC. "É um sinal positivo para os mercados, porque reduz as incertezas sobre os prováveis riscos que o BC vislumbra para a economia", diz.

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