Cooperação entre países é fundamental também no pós-crise, diz FMI
Em visita a São Paulo, diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, diz que o Brasil está administrando corretamente o crescimento e a inflação
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2010 às 16h02.
São Paulo - Os países desenvolvidos devem estar gratos às economias emergentes, como o Brasil, pela rápida recuperação na recessão econômica mundial. A afirmação foi feita nesta terça-feira (25) pelo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, em um evento em São Paulo.
Para o representante do FMI, cada vez mais há a necessidade de trabalhar cooperativamente. "A maioria dos países não sabia que a globalização era para o bem e para o mal. O êxito próprio está atrelado ao êxito dos outros", diz.
Strauss-Kahn acredita que a soma de esforços realizada globalmente fez com que uma nova Grande Depressão fosse evitada. O perigo estaria em se afastar desse sentimento de cooperação quando a crise se dissipar. "Estamos todos no mesmo barco. Com a globalização, as ações têm conseqüências para o mundo todo." Mesmos países como os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), normalmente equiparados em termos de crescimento, têm interesses individuais muito diferentes e tendem a se voltar para a governança interna no pós-crise.
Na recuperação mundial, o Brasil representa uma história de sucesso. "O futuro do Brasil é brilhante", afirma o diretor. "Cada vez mais a decisão não é tomada por um pequeno grupo de países. As vozes de países emergentes devem ser ouvidas cada vez mais, através de um sistema de cotas de representação", defende ele.
Sobre a questão de como administrar os altos níveis de crescimento do país sem aumentar a inflação, Dominique acha que o Brasil está no caminho certo. "Não há ameaças reais", diz, sobre o superaquecimento. Mas o país não deve ter descuidos, pois o que foi conquistado não é para sempre. "A economia deve ser administrada corretamente, pois tudo pode ser destruído", alerta.