Economia

Controle cambial acalmou mercado argentino, diz ministro da Fazenda

O ministro argentino afirmou que o controle cambial fez com que a retirada de dólares de bancos privados caísse 40% em relação ao dia anterior ao anúncio

Argentina: Lacunza afirmou que o limite para a compra de dólares deixou a população tranquila de que "a moeda não iria disparar" (Agustin Marcarian/Reuters)

Argentina: Lacunza afirmou que o limite para a compra de dólares deixou a população tranquila de que "a moeda não iria disparar" (Agustin Marcarian/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 14h08.

O ministro da Fazenda da Argentina, Hernán Lacunza, disse ontem (3), que o controle cambial que mantém o dólar estável desde segunda-feira (2) "deu o resultado esperado em matéria de trazer calma para o mercado de câmbio".

"O tipo de câmbio se manteve estável a partir [da imposição] de limites na dolarização", disse Lacunza em entrevista a um canal de televisão argentino. O ministro informou que a retirada de dólares de bancos privados caiu 40% em relação ao dia anterior ao anúncio.

"Não há motivos para retirar os depósitos [de dólares], mas se as pessoas quiserem, estão disponíveis. Aqueles que queiram ver [o dinheiro], tocar, levar para casa, colocar num cofre, numa meia, mandar a outros bancos, ao exterior, podem fazer, pois isso é patrimônio das pessoas", disse.

Lacunza avaliou que o fato de haver um limite para a compra de dólares deixou as pessoas tranquilas de que "a moeda não iria disparar". E ressaltou que não será necessário aumentar os estoques de moeda.

O controle cambial foi implementado três semanas após as eleições primárias, em que a chapa Alberto Fernández para presidente e Cristina Kirchner, vice-presidente, surpreendeu nas urnas, alcançando 47% dos votos, muito acima dos 32% obtidos pelo atual presidente argentino, Mauricio Macri. Nos dias que se seguiram à votação, o dólar disparou, ultrapassando os 60 pesos argentinos e o risco país aumentou.

Medidas

Desde o resultado das primárias, Macri vem anunciando medidas para tentar acalmar os mercados, trazer estabilidade e tranquilidade para os cidadãos.

Na semana passada, o governo argentino anunciou a renegociação dos prazos para pagar a dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). No último domingo (1), o anúncio foi o controle cambial. "Preferimos pecar por prudência do que por ousadia. Talvez elas (as medidas) sejam até exageradas. Preferimos ficar com sobra do que com falta", disse o ministro da Fazenda na ocasião.

Há a expectativa de que o FMI faça um desembolso de US$ 5,4 bilhões ainda este mês. Segundo o ministro, todas as metas fiscais e monetárias com o organismo foram cumpridas. "O esperado é que eles efetuem o desembolso".

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaCâmbioDólar

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto