Contratações devem ganhar velocidade no 2º semestre
Ainda assim, o desempenho será insuficiente para compensar os 3 milhões de postos perdidos nos últimos dois anos
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de março de 2017 às 18h59.
Última atualização em 16 de março de 2017 às 19h00.
São Paulo - O economista Thiago Xavier, da consultoria Tendências, avalia que a criação de 35,6 mil vagas de trabalho em fevereiro - o primeiro saldo positivo depois de 22 meses seguidos em que a economia só perdeu postos - reforça a visão de que o ciclo de ajustes no mercado de trabalho está perdendo força.
Entretanto, ainda que tenham menor intensidade, esses ajustes continuam, segundo o economista, ao apontar que o saldo do mês passado foi puxado por efeitos sazonais.
Se retirada essa influência, a Tendências estima que 61 mil postos foram extintos em fevereiro.
O saldo sem os efeitos sazonais - que não é uma conta do governo, mas sim da consultoria - tem sido negativo desde outubro de 2014, com exceção de dezembro passado, observa Xavier.
"O resultado de fevereiro mostra uma melhora, mas uma melhora limitada", avalia o economista.
Para ele, a influência sazonal pode estar por trás, principalmente, do desempenho do setor de serviços, que puxou o resultado de fevereiro com a criação de 50,6 mil postos.
Só no subsetor de ensino, foram 35,5 mil novos postos, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira, 16, pelo Ministério do Trabalho.
Conforme as previsões da Tendências, as contratações devem ganhar velocidade no segundo semestre, acompanhando a melhora da atividade econômica.
A expectativa da consultoria é que 600 mil vagas sejam criadas no ano.
Ainda assim, Xavier lembra que o desempenho será insuficiente para compensar os 3 milhões de postos perdidos nos últimos dois anos.