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Consumo brasileiro pode ter reviravolta colombiana, diz Barclays

Relatório do banco britânico diz, no entanto, que um ajuste semelhante ao da Colômbia só ocorrerá em 2011

Consumo aquecido pode ter reviravolta, diz Barclays (.)
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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2010 às 16h27.

São Paulo - Um relatório sobre a América Latina divulgado pelo Barclays Capital nesta terça-feira (22) diz que o consumo no Brasil pode sofrer uma correção em 2011, nos mesmos moldes observados recentemente na Colômbia.

O estudo diz que a Colômbia, após registrar uma forte expansão na oferta de crédito ao consumidor em 2005, passou por um ciclo de aperto monetário em 2006. O efeito foi uma redução suave no consumo em 2007 e uma queda mais abrupta no ano seguinte, com vários setores apresentando taxas negativas de crescimento na comparação anual.

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Porém, o próprio texto diz que há várias ressalvas que devem ser feitas antes de o cenário ser extrapolado para o Brasil, "pelo menos por enquanto". A Colômbia vivenciou um significativo aumento no spread dos financiamentos e um crescimento da inadimplência antes da queda do consumo. Já o Brasil, neste momento, registra um cenário oposto, com spread e inadimplência em baixa. "Além disso, em 2008, a região tinha uma inflação turbinada pelos preços dos combustíveis e dos alimentos em uma magnitude que não é vista atualmente."

"Entretanto", diz o relatório, "permanece válida a percepção de que as famílias brasileiras endividadas podem reduzir drasticamente o consumo ao primeiro sinal de um cenário adverso como aconteceu na Colômbia".

O Barclays Capital acredita que o impacto direto da alta dos juros pelo Banco Central pode não ser suficiente para enfraquecer o consumo já que "os ainda elevados spreads limita a ação da política monetária". Porém, o relatório diz que muitas promoções com taxa de juro zero nos últimos anos podem obrigar os consumidores endividados a cortarem despesas para equilibrar o orçamento doméstico.

Com base na queda do consumo colombiano, que levou mais de um ano para acontecer a partir do início do aperto monetário, a instituição britânica prevê que algo semelhante só ocorrerá no Brasil em 2011. "Por hora, nós ainda recomendamos Lojas Renner, AmBev e Grupo Pão de Açúcar como as principais companhias do mercado de consumo da América Latina. As ações desse segmento não estão baratas, mas elas ainda não atingiram o patamar de 2007. Em 2011, no entanto, nós poderemos recomendar uma exposição menor a esse setor no Brasil", conclui o relatório.

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