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Consumidores estão menos otimistas quanto à economia e ao emprego

Sondagem da Fundação Getúlio Vargas mostra que os brasileiros estão mais pessimistas sobre as perspectivas da economia e do mercado de trabalho

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h38.

Os consumidores brasileiros estão mais pessimistas em relação aos rumos da economia e do mercado de trabalho nos próximos seis meses. De acordo com sondagem divulgada nesta terça-feira (5/4) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), cujas respostas foram coletadas em março, todos os aspectos que medem a confiança dos entrevistados pioraram em relação à pesquisa anterior, referente a fevereiro.

Houve uma queda acentuada nas expectativas dos consumidores em relação às perspectivas gerais da economia. Em fevereiro, 43,5% dos entrevistados acreditavam que a situação do país iria melhorar nos próximos meses. Em março, a porcentagem caiu para 37,6%. Ao mesmo tempo, a taxa dos que apostavam em piora da situação subiu de 11,2% para 14,2%. A diferença entre essas respostas extremas (melhora da situação menos piora) reduziu-se de 32,3 pontos percentuais, no mês retrasado, para 23,4 pontos. Esse é o pior resultado desde julho de 2004, quando a diferença chegou a 18,8 pontos.

Orçamento familiar

Em relação à situação econômica familiar nos próximos seis meses, 54,7% dos entrevistados esperam uma melhora, contra 56,9% em fevereiro. O número de pessimistas subiu de 5,2% para 7,1%. A diferença (otimistas menos pessimistas) baixou de 51,7 pontos para 47,6 pontos. Trata-se também do pior resultado desde julho de 2004, mês em que a diferença atingiu 41,9 pontos.

A sondagem da FGV também mostra uma relação entre o grau de otimismo dos entrevistados e sua disposição de aumentar as compras. Para pesquisadores, a confiança dos consumidores chega a ser mais importante do que a disponibilidade de crédito na decisão de compra. Segundo o estudo da FGV, o aumento do pessimismo também se refletiu na menor disposição para adquirir bens de elevado valor, como eletrodomésticos, computadores, carros ou imóveis. A parcela dos entrevistados que prevêem redução de gastos com esses itens subiu de 51,3% para 53,7%. Já o percentual dos que pretendem aumentar seu volume de compras caiu de 11,9% para 11,6%. A diferença (aumento de gastos contra redução) ficou negativa em 42,1 pontos. De acordo com a FGV, esse é o pior resultado de toda série histórica para esse item.

Mercado de trabalho

Encontrar um emprego nos próximos meses também ficará mais difícil, segundo 49,4% das respostas. Em fevereiro, essa porcentagem era de 47,3%. Já a parcela dos que esperam mais facilidade para se empregar vem caindo desde outubro passado, quando alcançou 15%, para chegar a 9,2% em março. A diferença (facilidade menos dificuldade) ficou negativa em 40,2 pontos percentuais a pior avaliação desde julho de 2004 (41,8 pontos).

Para a 16ª sondagem de expectativas do consumidor, a FGV entrevistou 1 440 chefes de família entre os dias 7 e 22 de março. Desde setembro de 2004, sua periodicidade é mensal.

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