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Conselho volta atrás e diz que política econômica "é responsável"

O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social divulgou uma nota nesta sexta-feira (13/6), negando ser contra a atual condução da política econômica do governo. Na reunião desta quinta-feira (12/6), o conselho havia dito desconhecer políticas recessivas que levassem ao crescimento. A carta gerou grande polêmica dentro do governo nesta sexta. E, para suavizar os efeitos […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h35.

O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social divulgou uma nota nesta sexta-feira (13/6), negando ser contra a atual condução da política econômica do governo. Na reunião desta quinta-feira (12/6), o conselho havia dito desconhecer políticas recessivas que levassem ao crescimento. A carta gerou grande polêmica dentro do governo nesta sexta. E, para suavizar os efeitos do mal estar, o conselho divulgou uma nota dizendo que, "para que não exista dúvida sobre a natureza do que foi consensualizado na reunião do pleno do Conselho é preciso esclarecer que o documento aprovado pelos conselheiros com o título Fundamentos para um novo Contrato Social afirma que a política econômica que vem sendo implementada pelo governo é responsável".

"O conselho, nas suas funções consultivas ao Presidente da República, entendeu também que o crescimento econômico e a política de juros são temas fundamentais para uma concertação política de longo curso no país. A concepção de que não há incompatibilidade entre o crescimento econômico e o controle da inflação e que os juros devem ser reduzidos o quanto antes não é uma defesa voluntarista do rebaixamento das taxas de juros, mas traduz exatamente a política que o governo federal vem desenvolvendo para a retomada do crescimento de forma sustentada".

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"Não existe qualquer precedente de que políticas preponderantemente recessivas tenham propiciado desenvolvimento com crescimento sustentado e inclusão social", diz a carta do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que será enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O conselho se reuniu nesta quinta-feira (12/6) e recomendou também uma redução rápida na taxa de juros.

O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Carlos Gomes Carvalho, membro do conselho, disse que a decisão do grupo, de recomendar ao governo uma redução rápida da taxa básica de juros, vai ao encontro da necessidade imediata de se retomar o desenvolvimento econômico do país.

"A taxa de juros é um fator inibidor do desenvolvimento econômico. O conselho entendeu que enquanto persistirem as questões inflacionárias, não haverá condições de retomada do crescimento. Ainda não estamos em recessão, mas isso pode acontecer, se persistirem essas taxas. Só se faz inclusão social com desenvolvimento", declarou.

Para Carvalho, que também preside a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), os indicadores já estão se mostrando favoráveis. "Assim, nesse momento, acho que o governo poderia baixar a taxa de juros e também fazer os bancos baixarem os spreads. Além disso, é preciso diminuir o compulsório dos bancos e ninguém fala sobre isso", afirmou.

O vice-presidente da CNI disse ainda concordar com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que afirmou usar apenas critérios técnicos para basear a taxa. "Até agora, foi usada uma estratégia inteligente para conter a inflação, retirando-se dinheiro de circulação, inibindo o consumo e fazendo as taxas inflacionárias baixarem. Mas já se verifica uma involução da inflação, um retorno dessa taxa a patamares razoáveis. Imaginamos que na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) seria conveniente baixar a Taxa Selic para se começar a pensar em ter um bom segundo semestre. Tivemos um primeiro semestre válido, mas é chegado o momento de começar a refluir os juros para se retomar o desenvolvimento", declarou Carvalho.

O governo não considera que a carta do conselho seja uma pressão política ao Banco Central, que se reúne na próxima semana para definir os juros.

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