Consea propõe órgão para acompanhar preços dos alimentos
Idéia é que Observatório Nacional de Preços de Alimentos faça análises sobre a alta dos preços e proponha estratégias para minimizar os problemas
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2011 às 17h39.
Brasília – O Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) vai propor a criação do Observatório Nacional de Preços de Alimentos, instância para acompanhar indicadores como a composição dos preços dos alimentos, o balanço da oferta e da demanda nacional e mundial de carnes e ovos e o custo da produção dos principais grãos e oleaginosas.
O acompanhamento desses dados permitiria uma análise sobre o processo de alta dos alimentos que vem pressionando a inflação no país, de forma a minimizar os impactos do problema, segundo o presidente do conselho, Renato Maluf.
Maluf analisa que a discussão não pode ser resumida a uma crise de oferta e demanda e apresentou proposições do conselho para evitar que o aumento dos preços dos alimentos comprometa os ganhos sociais dos mais pobres. As proposições serão encaminhadas à presidenta Dilma Rousseff.
Outra proposição, por exemplo, é a implementação de ações destinadas a grupos populacionais mais vulneráveis, entre elas o realinhamento dos valores transferidos pelo Bolsa Família, com base na inflação devida, aos aumentos do custo da cesta básica e também o fortalecimento da política de estoques públicos de alimentos visando à ampliação do acesso à alimentação.
Em reunião hoje (4), o Consea discutiu questões como a redução mundial no volume dos estoques de alimentos, as mudanças climáticas, a especulação no mercado de futuros e o encarecimento dos insumos agrícolas, como fertilizantes – fatores apontados para a alta nos preços dos alimentos.
A crescente demanda de mercados consumidores, principalmente a China e a Índia, o aumento do preço da terra e o uso de grãos para fabricar biocombustíveis vêm a completar o cenário traçado na reunião.
Para embasar a discussão, foram citados dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que apontam que os preços mundiais dos alimentos atingiram em fevereiro de 2011 o maior nível da série histórica. A FAO também prevê queda dos estoques mundiais de alimentos para o mesmo ano devido à estimativa de baixa produção agrícola mundial, sobretudo de cereais e grãos.
O representante do Ministério da Fazenda no Consea, Aloísio Melo, também apresentou números que mostram que os alimentos representam, atualmente, dois pontos percentuais no índice de inflação. “Hoje, temos 6,3% de inflação e teríamos 4,3% se retirássemos os alimentos do índice de inflação. Mas, em outros momentos, constatamos que a participação dos alimentos foi ainda maior”, disse.
Com esses múltiplos fatores, portanto, o combate à alta mundial nos preços dos alimentos não passa apenas pela discussão de quantidade, na avaliação do assessor internacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Francesco Pierre. Segundo ele, esse processo diz respeito a mudanças no modo de produção. “Não se trata apenas de aumentar a quantidade, mas de se levar a sério mudanças nos regimes de produção”.
Brasília – O Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) vai propor a criação do Observatório Nacional de Preços de Alimentos, instância para acompanhar indicadores como a composição dos preços dos alimentos, o balanço da oferta e da demanda nacional e mundial de carnes e ovos e o custo da produção dos principais grãos e oleaginosas.
O acompanhamento desses dados permitiria uma análise sobre o processo de alta dos alimentos que vem pressionando a inflação no país, de forma a minimizar os impactos do problema, segundo o presidente do conselho, Renato Maluf.
Maluf analisa que a discussão não pode ser resumida a uma crise de oferta e demanda e apresentou proposições do conselho para evitar que o aumento dos preços dos alimentos comprometa os ganhos sociais dos mais pobres. As proposições serão encaminhadas à presidenta Dilma Rousseff.
Outra proposição, por exemplo, é a implementação de ações destinadas a grupos populacionais mais vulneráveis, entre elas o realinhamento dos valores transferidos pelo Bolsa Família, com base na inflação devida, aos aumentos do custo da cesta básica e também o fortalecimento da política de estoques públicos de alimentos visando à ampliação do acesso à alimentação.
Em reunião hoje (4), o Consea discutiu questões como a redução mundial no volume dos estoques de alimentos, as mudanças climáticas, a especulação no mercado de futuros e o encarecimento dos insumos agrícolas, como fertilizantes – fatores apontados para a alta nos preços dos alimentos.
A crescente demanda de mercados consumidores, principalmente a China e a Índia, o aumento do preço da terra e o uso de grãos para fabricar biocombustíveis vêm a completar o cenário traçado na reunião.
Para embasar a discussão, foram citados dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que apontam que os preços mundiais dos alimentos atingiram em fevereiro de 2011 o maior nível da série histórica. A FAO também prevê queda dos estoques mundiais de alimentos para o mesmo ano devido à estimativa de baixa produção agrícola mundial, sobretudo de cereais e grãos.
O representante do Ministério da Fazenda no Consea, Aloísio Melo, também apresentou números que mostram que os alimentos representam, atualmente, dois pontos percentuais no índice de inflação. “Hoje, temos 6,3% de inflação e teríamos 4,3% se retirássemos os alimentos do índice de inflação. Mas, em outros momentos, constatamos que a participação dos alimentos foi ainda maior”, disse.
Com esses múltiplos fatores, portanto, o combate à alta mundial nos preços dos alimentos não passa apenas pela discussão de quantidade, na avaliação do assessor internacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Francesco Pierre. Segundo ele, esse processo diz respeito a mudanças no modo de produção. “Não se trata apenas de aumentar a quantidade, mas de se levar a sério mudanças nos regimes de produção”.