Confiança empresarial chega a 97,5 pontos em setembro, diz FGV
Após cinco meses consecutivos de altas, o índice já está 1,5 ponto acima do nível de fevereiro
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de outubro de 2020 às 09h07.
Última atualização em 1 de outubro de 2020 às 09h08.
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 3 pontos em setembro ante agosto, para 97,5 pontos, informou nesta quinta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Após cinco meses consecutivos de altas, o índice já está 1,5 ponto acima do nível de fevereiro deste ano, antes do abalo provocado pela pandemia do novo coronavírus.
"A confiança empresarial retorna à situação anterior à pandemia de covid-19, com percepções ainda desfavoráveis sobre a situação presente e otimismo moderado em relação aos próximos meses. Há bastante dispersão entre os setores. Em relação a fevereiro passado, a indústria registra maior satisfação com a situação presente e maior otimismo com o futuro. Comércio e Construção estão em situações intermediárias e o Setor de Serviços segue com nível de atividade presente bem abaixo do normal e perspectivas neutras (nem otimistas nem pessimistas) para os próximos meses", avaliou Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 4,4 pontos, para 93 pontos, nível também superior ao de fevereiro, quando estava em 92,5 pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) avançou 4 9 pontos, para 101 pontos, recuperando 97% das perdas de março e abril.
Os empresários manifestam neutralidade - nem otimismo nem pessimismo - em relação à evolução dos negócios num horizonte de três a seis meses, exceto pelo setor industrial, que está otimista. Tanto o componente de demanda prevista para os próximos três meses quanto o de tendência dos negócios em seis meses ficaram em torno dos 100 pontos em setembro. O item que mede o emprego previsto para os próximos três meses alcançou 94 pontos.
A confiança da Indústria subiu mais fortemente em setembro, o primeiro setor a recuperar as perdas de março e abril. Comércio e Construção caminham no sentido na neutralidade, segundo a FGV. O setor de Serviços tem recuperação mais lenta, decorrente da percepção desfavorável das empresas com relação à situação atual.
Em setembro, a confiança avançou em 88% dos 49 segmentos integrantes do ICE. A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 4.114 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 25 de setembro.