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Concentração de supermercados impede alta de preços, diz consultoria

Disputa entre grandes redes, investimentos em marcas próprias;e maior pressão sobre fornecedores seguraram preços dos alimentos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h52.

A concentração do setor de supermercados, verificada nos últimos dez anos, contribuiu para impedir que os preços de alimentos e outros produtos subissem demasiadamente. A consolidação do setor acirrou a concorrência entre as grandes redes, que partiram para investimentos em marcas próprias e também produtos mais populares. A conclusão é de pesquisa realizada em parceria pela LCA Consultores e pela ACNielsen.

Segundo o estudo, a concentração do setor também permitiu ganhos de escala. Com isso, as redes puderam aplicar margens menores de lucro aos produtos e aumentar o poder de pressão sobre os fornecedores.

O avanço das grandes cadeias não impediu, porém, que o pequeno varejo de alimentos se desenvolvesse entre 1994 e 2003. As pequenas lojas e redes aumentaram sua participação no volume de venda das indústrias. Em 1994, esse segmento respondeu por 35,9% da distribuição de alimentos no Brasil. Em 2003, o índice passou para 38,3%. Segundo o sócio-diretor da LCA, Fernando Sampaio, os dados podem indicar uma polarização entre grandes redes e pequenos estabelecimentos, em detrimento das redes varejistas de médio porte.

Consumo popular

O estudo também detectou uma reorientação do consumo em direção a marcas próprias e a artigos mais baratos. No início do Plano Real, o aumento da renda e da confiança dos consumidores favoreceu a demanda por produtos mais caros e por marcas premium. Entre 1994 e 1996, as marcas líderes em cada segmento, por rexemplo, ganharam participação de mercado em 53% das 142 categorias de produtos analisadas.

Entre 1998 e 2000, porém, com a retração da renda das famílias e com a queda da confiança dos consumidores, as marcas econômicas ganharam terreno e ampliaram suas fatias de mercado em 63% das categorias. O processo continuou até o ano passado, embora em ritmo mais brando. As marcas líderes, entre 2000 e 2003, perderam espaço em 33% das categorias.

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