Conab vende 85,6% das opções de café em leilão
Primeiro leilão não teve disputa e somente os contratos disponíveis para Minas e São Paulo foram vendidos na totalidade
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2013 às 17h56.
São Paulo - O primeiro leilão de contratos de opção de venda de café realizado nesta sexta-feira pelo governo federal não teve disputa e somente os contratos disponíveis para Minas Gerais e São Paulo, os dois Estados de maior produção de arábica, foram vendidos na totalidade.
Na visão de corretores, pequenos cafeicultores fora do eixo São Paulo-Minas foram afugentados por problemas na qualidade da safra e pelas regras do certame, que dificultaram a participação de um número maior de produtores.
A Companhia Nacional de Abastecimento ( Conab ) ofereceu, ao todo, 10 mil contratos, equivalentes a 1 milhão de sacas de café arábica, dentro de um programa que totaliza 3 milhões de sacas de 60 kg e que tem como objetivo sustentar os preços do café, que oscilam perto de uma mínima de quatro anos.
Do total ofertado, a Conab vendeu 85,6 por cento dos lotes, com demanda por todos os contratos em Minas Gerais (7 mil lotes) e em São Paulo (1,4 mil lotes). Mas os contratos para produtores da Bahia, Espírito Santo e Paraná não foram arrematados na totalidade.
No Espírito Santo e Paraná, as chuvas em junho e julho prejudicaram a qualidade dos grãos --o que pode ter mantido produtores afastados do leilão, por receio de não terem volume suficiente dentro da qualidade exigida para entregar ao governo, disseram corretores.
"Choveu muito em junho. Os primeiros cafés que recebi do Paraná este ano são muito sofríveis. Para o pequeno produtor, é complicado participar de um leilão como esse", disse o diretor da corretora Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, de Santos (SP).
Na opinião do corretor Fernando Mellão Martini, de Espírito Santo do Pinhal, no interior de São Paulo, o leilão foi bom, mas os negócios foram dominados por cooperativas.
"A cooperativa acaba se defendendo, se não tem o café do João vai o do Pedro", explicou, referindo-se ao fato de ser mais simples para cooperativas formarem os lotes para entrega, mesmo numa situação em que a qualidade da safra não seja homogênea.
Martini lembrou que muitos produtores esperavam ter a possibilidade de vender ao governo, com desconto, um café com qualidade inferior à estabelecida no edital. Contudo, essa possibilidade não foi oferecida no leilão.
O Ministério da Agricultura disse nesta sexta-feira que manterá os leilões "como estão estabelecidos". Ou seja, não haverá ágio ou deságio em relação ao valor de referência para café melhor ou pior do que o previsto no edital.
Os pequenos produtores também podem ter ficado de fora do leilão por terem dificuldade de acessar às bolsas de mercadorias por meio de corretoras.
Preços e Volume
O leilão desta sexta-feira foi o primeiro de três com os quais o governo espera ajudar a sustentar os preços do café --um segundo leilão está programado para a próxima sexta-feira e um terceiro para 27 de setembro.
Pelo sistema, produtores e cooperativas podem adquirir o direito de vender café para o governo até 31 de março de 2014 por 343 reais por saca.
O preço no mercado físico do tipo de café aceito no leilão está cotado atualmente a cerca de 280 reais por saca.
O corretor Martini estima que o produtor somente terá interesse em exercer a opção de venda para o governo se o preço no mercado físico ficar abaixo de 330 reais por saca. Acima desse valor, ele acredita não ser vantajoso para o produtor por conta dos custos da operação e das despesas de frete.
Os contratos de opção foram arrematados nesta sexta-feira ao prêmio mínimo de 1,715 real por saca de 60 kg.
Na avaliação de Carvalhaes, os leilões e outras medidas anunciadas pelo governo para a cafeicultura ajudaram a evitar quedas mais significativas no preço do café.
"A pressão global é grande para derrubar o preço e essa medida, aliada a financiamentos disponíveis para produtores e indústrias, ajudaram a dar até o momento uma sustentação", afirmou.
Nesta sexta-feira, no entanto, o contrato de referência do café da bolsa de Nova York fechou em baixa de 0,5 por cento, a 1,20 dólar por libra-peso.
São Paulo - O primeiro leilão de contratos de opção de venda de café realizado nesta sexta-feira pelo governo federal não teve disputa e somente os contratos disponíveis para Minas Gerais e São Paulo, os dois Estados de maior produção de arábica, foram vendidos na totalidade.
Na visão de corretores, pequenos cafeicultores fora do eixo São Paulo-Minas foram afugentados por problemas na qualidade da safra e pelas regras do certame, que dificultaram a participação de um número maior de produtores.
A Companhia Nacional de Abastecimento ( Conab ) ofereceu, ao todo, 10 mil contratos, equivalentes a 1 milhão de sacas de café arábica, dentro de um programa que totaliza 3 milhões de sacas de 60 kg e que tem como objetivo sustentar os preços do café, que oscilam perto de uma mínima de quatro anos.
Do total ofertado, a Conab vendeu 85,6 por cento dos lotes, com demanda por todos os contratos em Minas Gerais (7 mil lotes) e em São Paulo (1,4 mil lotes). Mas os contratos para produtores da Bahia, Espírito Santo e Paraná não foram arrematados na totalidade.
No Espírito Santo e Paraná, as chuvas em junho e julho prejudicaram a qualidade dos grãos --o que pode ter mantido produtores afastados do leilão, por receio de não terem volume suficiente dentro da qualidade exigida para entregar ao governo, disseram corretores.
"Choveu muito em junho. Os primeiros cafés que recebi do Paraná este ano são muito sofríveis. Para o pequeno produtor, é complicado participar de um leilão como esse", disse o diretor da corretora Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, de Santos (SP).
Na opinião do corretor Fernando Mellão Martini, de Espírito Santo do Pinhal, no interior de São Paulo, o leilão foi bom, mas os negócios foram dominados por cooperativas.
"A cooperativa acaba se defendendo, se não tem o café do João vai o do Pedro", explicou, referindo-se ao fato de ser mais simples para cooperativas formarem os lotes para entrega, mesmo numa situação em que a qualidade da safra não seja homogênea.
Martini lembrou que muitos produtores esperavam ter a possibilidade de vender ao governo, com desconto, um café com qualidade inferior à estabelecida no edital. Contudo, essa possibilidade não foi oferecida no leilão.
O Ministério da Agricultura disse nesta sexta-feira que manterá os leilões "como estão estabelecidos". Ou seja, não haverá ágio ou deságio em relação ao valor de referência para café melhor ou pior do que o previsto no edital.
Os pequenos produtores também podem ter ficado de fora do leilão por terem dificuldade de acessar às bolsas de mercadorias por meio de corretoras.
Preços e Volume
O leilão desta sexta-feira foi o primeiro de três com os quais o governo espera ajudar a sustentar os preços do café --um segundo leilão está programado para a próxima sexta-feira e um terceiro para 27 de setembro.
Pelo sistema, produtores e cooperativas podem adquirir o direito de vender café para o governo até 31 de março de 2014 por 343 reais por saca.
O preço no mercado físico do tipo de café aceito no leilão está cotado atualmente a cerca de 280 reais por saca.
O corretor Martini estima que o produtor somente terá interesse em exercer a opção de venda para o governo se o preço no mercado físico ficar abaixo de 330 reais por saca. Acima desse valor, ele acredita não ser vantajoso para o produtor por conta dos custos da operação e das despesas de frete.
Os contratos de opção foram arrematados nesta sexta-feira ao prêmio mínimo de 1,715 real por saca de 60 kg.
Na avaliação de Carvalhaes, os leilões e outras medidas anunciadas pelo governo para a cafeicultura ajudaram a evitar quedas mais significativas no preço do café.
"A pressão global é grande para derrubar o preço e essa medida, aliada a financiamentos disponíveis para produtores e indústrias, ajudaram a dar até o momento uma sustentação", afirmou.
Nesta sexta-feira, no entanto, o contrato de referência do café da bolsa de Nova York fechou em baixa de 0,5 por cento, a 1,20 dólar por libra-peso.