Economia

Como em 2008, investidores tiram dinheiro de quase tudo

É a primeira vez desde 2008 que ambas as classes de ativos registraram retiradas mensais consecutivas, segundo um relatório do Credit Suisse


	Estados Unidos: é a primeira vez desde 2008 que ambas as classes de ativos registraram retiradas mensais consecutivas, segundo um relatório do Credit Suisse
 (.)

Estados Unidos: é a primeira vez desde 2008 que ambas as classes de ativos registraram retiradas mensais consecutivas, segundo um relatório do Credit Suisse (.)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2015 às 09h59.

Desde julho, as famílias norte-americanas – que representam quase todos os investidores de fundos mútuos – retiraram dinheiro tanto dos fundos mútuos que investem em ações quanto daqueles que investem em bonds.

É a primeira vez desde 2008 que ambas as classes de ativos registraram retiradas mensais consecutivas, segundo um relatório do Credit Suisse.

O Credit Suisse estima que US$ 6,5 bilhões abandonaram fundos de ações e US$ 8,4 bilhões foram retirados de fundos de bonds em julho, mencionando dados semanais da Investment Company Institute de 19 de agosto.

Esses fluxos de saída continuaram nas três primeiras semanas de agosto, quando os investidores retiraram US$ 1,6 bilhão de ações e US$ 8,1 bilhões de bonds, disse a economista Dana Saporta.

“Sempre que for observado algo que não acontecia desde o último trimestre de 2008, vale a pena destacá-lo”, disse Saporta em entrevista por telefone.

“Talvez seja uma esquisitice interessante, mas se continuarmos observando-a, isto poderia refletir um nervosismo com fundamentos mais amplos por parte das famílias investidoras”.

Implicações

As retiradas de fundos mútuos normalmente são acompanhadas de um fluxo de entrada de dinheiro para os bonds, e uma saída de ambos ao mesmo tempo sugere que os investidores não estão dispostos a assumir nenhum tipo de risco.

Apesar de a confiança do investidor varejista não ser melhor prognosticador dos movimentos do mercado, a relutância deles poderia ter significância, disse Saporta.

“Isso poderia sugerir que as famílias estão ficando nervosas em relação a conservarem investimentos, e isto poderia ter algumas implicações econômicas reais, entre elas uma redução dos gastos”, disse ela.

“Caso o mercado baixe novamente, será interessante observar se temos o movimento tradicional de volta para os bonds ou se as famílias passam para o dinheiro”.

Depois de uma queda de 11 por cento no Standard Poor’s 500 nos últimos sete dias, os investidores estão procurando sinais de fortaleza na economia dos EUA diante da desaceleração do crescimento no exterior.

O S&P 500 ganhou 2,4 por cento na quinta-feira porque dados mostraram que o PIB subiu a uma taxa anualizada de 3,7 por cento, superando todas as estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg.

Apesar de os fluxos de saída dos fundos mútuos sugerirem que os investidores varejistas – donos de 89 por cento dos ativos de fundos mútuos dos EUA no ano passado, segundo a ICI – talvez não tenham fé nos mercados financeiros, os dados econômicos recentes mostram que o americano médio está gastando mais.

As vendas dos varejistas americanos subiram 0,6 por cento em julho e os números dos dois meses anteriores foram revisados e aumentados, segundo dados do Departamento de Comércio publicados em 13 de agosto.

Acompanhe tudo sobre:AçõesEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Economia

Coisas assim levaram ao impeachment de Dilma, diz Meirelles sobre desconfiança com contas públicas

Mercado de trabalho permanece aquecido e eleva desafios à frente

Caged: Brasil criou 232 mil vagas de trabalho em agosto

Pacote de auxílio econômico para companhias aéreas será de R$ 6 bi