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Com Tereza Cristina na Índia, Brasil faz ofensiva por mercados para carne

Ministra da Agricultura chegou antes do presidente Bolsonaro para cortejar mercado de mais de 1,3 bilhão de pessoas

Supermercado na Índia: Brasil vê potencial para comércio com o país passar de US$ 7 bilhões para US$ 25 bilhões (Mukesh Gupta/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 06h08.

Última atualização em 21 de janeiro de 2020 às 09h44.

São Paulo — Nesta terça-feira (21) o governo brasileiro inicia mais uma tentativa de expandir as exportações de carne , um dos setores mais promissores do agronegócio.

Após visita a Alemanha e rápida passagem pela Itália, onde esteve com autoridades do setor para discutir a agenda bilateral, a ministra da Agricultura Tereza Cristina desembarca hoje na Índia.

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Os detalhes da agenda ainda não foram divulgados, mas ela terá três dias de compromissos oficiais até a chegada do presidente Jair Bolsonaro, prevista para a sexta-feira (24).

O Brasil está de olho no potencial do mercado da Índia, que tem mais de 1,3 bilhão de habitantes e deve ultrapassar a China como país mais populoso do mundo nos próximos 10 anos.

Como se não bastasse, a economia indiana cresceu a uma taxa de cerca 7% ao ano na última década, o que fez o país dobrar sua renda per capita.

À agência Bloomberg, o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, disse na semana passada que o governo vê a possibilidade de aumentar de US$ 7 bilhões para US$ 25 bilhões o comércio bilateral com a Índia.

“A experiência internacional mostra que as pessoas comem mais e investem em infraestrutura quando sua renda dobra”, disse.

As exportações totais do setor do agronegócio somaram US$ 96,8 bilhões no ano passado. Esse valor representa 43,2% do total exportado pelo Brasil, segundo dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os destaques foram milho, carnes e algodão.

Apesar de sua força, o mercado de exportação de carnes passou por vários contratempos nos últimos anos. O principal deles, em 2017, veio após a operação “Carne Fraca” revelar o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura em esquema de liberação de licenças para frigoríficos sem a devida fiscalização, em troca de propina.

A operação também investigava a venda de carne vencida no Brasil e no exterior, o que fez vários países anunciarem restrições à importação do produto brasileiro. Um deles foi os Estados Unidos que, até hoje, não liberou a entrada da carne brasileira.

Tereza Cristina foi para o país em novembro e voltou mostrando confiança, mas sem dar uma data para o fim do veto. Mais um motivo para diversificar.

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