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Colômbia defende na ONU maconha como oportunidade econômica

É uma forma de contribuir para o desenvolvimento social de comunidades pobres que foram vulneradas durante décadas, afirmou o ministro colombiano

ONU: produção lícita mundial de maconha em 2016 alcançou 211 toneladas (Nir Elias/Reuters)
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EFE

Publicado em 13 de março de 2018 às 14h20.

Última atualização em 14 de março de 2018 às 09h36.

Viena - O Governo da Colômbia defendeu nesta terça-feira durante uma reunião das Nações Unidas em Viena que o desenvolvimento de cultivos de maconha medicinal representa uma oportunidade social e econômica para o país sul-americano.

A Colômbia organizou um seminário durante a Comissão de Entorpecentes da ONU realizado até sexta-feira em Viena, intitulado "Usos lícitos e mercados para cannabis, folha de coca e papoula: rompendo os desequilíbrios e o estigma sob o enfoque da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o Problema Mundial das Drogas (UNGASS)".

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O ministro de Justiça da Colômbia, Enrique Gil Botero, participou desta mesa-redonda e lembrou que seu país é um dos 23 Estados do mundo com uma legislação sobre maconha medicinal, baseada nas evidências científicas que outorgam a esta planta de valor terapêutico.

Esta legislação está em linha com os tratados internacionais sobre drogas, que permite cultivos sob supervisão estatal para fazer frente à demanda internacional com fins médicos.

"É uma oportunidade econômica para os camponeses cultivadores de maconha que estão transitando desde o mundo da ilegalidade ao mundo do legal", afirmou o ministro nesse seminário.

Semelhante política, acrescentou, apoia "o desenvolvimento territorial em zonas estratégicas dentro da implementação do acordo de paz" com as Farc.

A maconha medicinal está dentro da estratégia de Bogotá de "privilegiar a saúde e pôr o ser humano no centro das políticas públicas", explicou Gil Botero.

Das plantações de cannabis medicinal, pelo menos 10% deverão provir de pequenos produtores, ressaltou o ministro.

"Esperamos nos inserir nesta crescente indústria mundial para responder às necessidades médicas e terapêuticas de colombianos e cidadãos de outras latitudes", afirmou.

"Este novo mercado abre possibilidades para a Colômbia sobretudo neste momento no qual a transição à paz nos demanda políticas inovadoras de desenvolvimento para atender as necessidades de populações e territórios vulneráveis", resumiu.

"É uma forma de contribuir para o desenvolvimento social de comunidades pobres que foram vulneradas durante décadas", acrescentou o ministro.

Segundo explicou à Agência Efe Gil Botero, a Colômbia tem outorgado uma quota de produção de cerca 40 de toneladas de maconha medicinal.

Segundo dados da ONU, a produção lícita mundial de maconha disparou devido ao aumento de seu uso medicinal, assim, em 2000 a produção legal mundial foi de 1,4 tonelada, enquanto em 2016 alcançou 211 toneladas.

Apesar da existência de uso lícito recolhidos nos tratados, tanto para maconha e para papoula, Gil Botero denunciou a existência de um "estigma" e de um "tabu" sobre isso.

"Existe uma carga moral para aceitar o nível de evidência (científica) que já existe ao redor do valor terapêutico de maconha e as suas aplicações no tratamento da dor e outras patologias", indicou.

Gil Botero indicou à Efe que, por enquanto, os remédios, como produto elaborado, não vão ser produzidos no país já que ainda estão sendo dadas as licenças para os cultivos.

A produção colombiana de maconha, é, por enquanto para a exportação, ressaltou.

Gil Botero espera que com a passagem do tempo a Colômbia possa cobrir a quota de cultivo lícito de cerca de 40 toneladas.

O responsável da pasta de Justiça considerou que a política nesta matéria será mantida, embora haja uma mudança de governo.

 

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