Ciro Gomes é o mais reticente a acordo com FMI
O candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, é, entre os presidenciáveis, quem mais faz ressalvas para apoiar o acordo do governo Fernando Henrique com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo seu assessor econômico, Mauro Benevides Filho, a ajuda do FMI surge como juro barato e dinheiro a longo prazo, porém o modelo já fracassou na […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h29.
O candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, é, entre os presidenciáveis, quem mais faz ressalvas para apoiar o acordo do governo Fernando Henrique com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo seu assessor econômico, Mauro Benevides Filho, a ajuda do FMI surge como juro barato e dinheiro a longo prazo, porém o modelo já fracassou na Argentina, Rússia e no próprio Brasil. "É difícil concordar com o acordo que reafirme a atual política econômica", diz Benevides. "O Ciro aceitaria apenas se ficar claro que o próximo governante poderá reorientar a atual política econômica".
As declarações foram feitas antes do anúncio do acordo com o FMI. Os assessores econômicos dos quatro principais candidatos à Presidência da República, Guido Mantega (PT), Mauro Benevides Filho (PPS), Tito Ryff (PSB) e Gesner Oliveira (PSDB), participaram nesta quarta-feira de um debate na Câmara Americana de Comércio de São Paulo (Amcham-SP) sobre os desafios econômicos do próximo governo.
Para Guido Mantega, assessor de Luiz Inácio Lula da Silva, o PT estaria disposto a apoiar o acordo com o FMI desde que o fundo não faça cobranças salgadas, como aumento da taxa de juros ou qualquer outra proposta que engesse a política econômica do próximo governo. "Os acordos passados com o FMI prejudicaram o país. O próprio fundo admite que orientou mal alguns países, como Argentina e Rússia", diz Mantega.
Já Gesner de Oliveira, assessor do candidato governista, José Serra, diz que o acordo com o FMI é importante. "O Serra já expressou apoio ao acerto", diz Gesner. "O acordo sustentaria o tripé que Serra acha fundamental para a economia do país: austeridade fiscal, câmbio flutuante e metas inflacionárias".
Para o assessor de Anthony Garotinho, do PSB, Tito Ryff, existem exigências do FMI que são aceitáveis, como manutenção de metas de inflação, compromisso com a responsabilidade fiscal e o câmbio flutuante. "Se o acordo for para apoiar a retomada de crescimento, Garotinho não vê problemas em participar", diz Ryff.