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Cientistas na arena

A área de pesquisa e inovação tecnológica vira uma das mais atacadas do governo

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h54.

Nas últimas semanas, a área de ciência e tecnologia vem provocando polêmicas na base aliada quase tão acirradas quanto as que envolvem a política econômica. "Justo nessa área do governo, há pessoas agindo de forma obscurantista e pouco técnica", diz o deputado Roberto Freire (PPS-PE). As críticas atingem vários órgãos. Geram preocupação, por exemplo, a ausência de uma proposta de emergência para recuperar o Instituto Nacional da Patente Industrial (Inpi) -- fundamental para a inovação tecnológica no país --, e o papel adicional dado à Embrapa, do Ministério da Agricultura, de disseminar tecnologia por pequenos produtores, o que poderia sobrecarregá-la e reduzir sua comprovada eficiência em pesquisa agropecuária.

A maior parte dos ataques, porém, dirige-se aos Ministérios da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente. Em parte, por causa da forma como a substituição de pessoal foi feita, muito mais extensa e rápida do que, por exemplo, na área econômica. A mudança repentina de políticas também criou atrito. Os críticos -- que, na maior parte, preferem não se identificar -- afirmam que o governo enfraqueceu instâncias que desfrutam de certa autonomia, como o Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE) e a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). "A nova equipe é contra a independência da pesquisa, quer deixar tudo embaixo do Estado", diz um pesquisador que preferiu o anonimato.

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O ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, rebate as críticas, afirmando que, embora o ministério tenha chamado para si a responsabilidade de formular políticas, seu objetivo é descentralizar a pesquisa. "Nossa proposta de estrutura foi enviada ao Ministério do Planejamento", diz Amaral. "Com as mudanças, vamos investir mais e atuar de forma mais ágil, mais descentralizada e transparente." O ministro diz que sua prioridade, no momento, é recuperar dívidas não recebidas pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Segundo ele, a inadimplência com a agência teria subido de 8% para 68% ao longo do governo anterior.

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