China tem peso cada vez maior nos mercados agrícolas
O gigante asiático já modificou o mercado de soja ao triplicar suas importações desde 2004 para alcançar 60% dos negócios mundiais
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2012 às 15h19.
São Paulo - A China, que já é um ator maior no comércio internacional de soja e algodão, era até pouco tempo atrás autossuficiente na produção de cereais, mas sua situação mudou e isso afetará o equilíbrio dos mercados agrícolas, dizem especialistas.
"A China é um país gigantesco e por isso qualquer pequena intervenção sua no mercado internacional gera alterações nos preços e isso deve acontecer cada vez mais nos próximos anos", disse Benoit Labouille, analista da Oferta e Demanda Agrícola (ODA), uma consultora francesa para os profissionais do setor.
O gigante asiático já modificou o mercado de soja ao triplicar suas importações desde 2004 para alcançar 60% dos negócios mundiais.
Até o momento, a China fez de tudo para não se converter em um grande importador de cereais, mas seu modelo chegou ao limite, dizem os especialistas.
"Assistimos hoje a uma ruptura do modelo chinês, como mostra claramente o recente acordo concluído com a Argentina", disse Josephine Hicter, analista de matérias-primas da Oaks Fields Partners.
Na quarta-feira, Pequim e Buenos Aires, segundo exportador mundial de milho, firmaram um acordo para a exportação desse cereal. Algo sem precedentes já que a China, segundo produtor mundial depois dos Estados Unidos, quase não importava milho até o ano passado.
De acordo com analistas, a situação mudou devido ao aumento do consumo de carne pelos chineses, o que implica no aumento da produção de gado e no consequente aumento da necessidade de ração, que utiliza o milho e outros cereais.
Para os especialistas, o ingresso da China no comércio mundial de milho é "irreversível".
"Até o momento, o volume importado pela China tem sido avaliado em 4 milhões de toneladas, sendo que são negociados cerca de 92 milhões de toneladas por ano no mundo", explica Helene Morin, da empresa Agritel.
A situação do trigo é menos inquietante porque o país dispõe de 60 milhões de toneladas em reservas estratégicas, uma cifra que equivale à metade de sua produção anual e a 30% das reservas mundiais.
Com mais de 1,3 bilhão de habitantes e um consumo de alimentos que não para de crescer, a China enfrenta agora o problema do limite de sua produção agrícola.
O país melhorou claramente sua produção através de fertilizantes, mas agora sofre com a escassez de terras.
A única solução para Pequim é buscar terras cultiváveis fora da China, como na África, na Nova Zelândia ou nas Filipinas.
Nesse contexto, o país teve que abrir uma exceção no ano passado a sua política de autossuficiência e importar trigo da Austrália, também para a engorda de gado.
São Paulo - A China, que já é um ator maior no comércio internacional de soja e algodão, era até pouco tempo atrás autossuficiente na produção de cereais, mas sua situação mudou e isso afetará o equilíbrio dos mercados agrícolas, dizem especialistas.
"A China é um país gigantesco e por isso qualquer pequena intervenção sua no mercado internacional gera alterações nos preços e isso deve acontecer cada vez mais nos próximos anos", disse Benoit Labouille, analista da Oferta e Demanda Agrícola (ODA), uma consultora francesa para os profissionais do setor.
O gigante asiático já modificou o mercado de soja ao triplicar suas importações desde 2004 para alcançar 60% dos negócios mundiais.
Até o momento, a China fez de tudo para não se converter em um grande importador de cereais, mas seu modelo chegou ao limite, dizem os especialistas.
"Assistimos hoje a uma ruptura do modelo chinês, como mostra claramente o recente acordo concluído com a Argentina", disse Josephine Hicter, analista de matérias-primas da Oaks Fields Partners.
Na quarta-feira, Pequim e Buenos Aires, segundo exportador mundial de milho, firmaram um acordo para a exportação desse cereal. Algo sem precedentes já que a China, segundo produtor mundial depois dos Estados Unidos, quase não importava milho até o ano passado.
De acordo com analistas, a situação mudou devido ao aumento do consumo de carne pelos chineses, o que implica no aumento da produção de gado e no consequente aumento da necessidade de ração, que utiliza o milho e outros cereais.
Para os especialistas, o ingresso da China no comércio mundial de milho é "irreversível".
"Até o momento, o volume importado pela China tem sido avaliado em 4 milhões de toneladas, sendo que são negociados cerca de 92 milhões de toneladas por ano no mundo", explica Helene Morin, da empresa Agritel.
A situação do trigo é menos inquietante porque o país dispõe de 60 milhões de toneladas em reservas estratégicas, uma cifra que equivale à metade de sua produção anual e a 30% das reservas mundiais.
Com mais de 1,3 bilhão de habitantes e um consumo de alimentos que não para de crescer, a China enfrenta agora o problema do limite de sua produção agrícola.
O país melhorou claramente sua produção através de fertilizantes, mas agora sofre com a escassez de terras.
A única solução para Pequim é buscar terras cultiváveis fora da China, como na África, na Nova Zelândia ou nas Filipinas.
Nesse contexto, o país teve que abrir uma exceção no ano passado a sua política de autossuficiência e importar trigo da Austrália, também para a engorda de gado.