China suspende disputa na OMC e terá que aceitar taxas da UE e dos EUA
Com a suspensão da disputa na OMC sobre declaração de economia de mercado, a China terá que aceitar as taxas "antidumping" sobre produtos chineses baratos
Reuters
Publicado em 17 de junho de 2019 às 11h44.
Última atualização em 17 de junho de 2019 às 12h32.
Genebra — A China suspendeu uma disputa na Organização Mundial de Comércio sobre sua declaração de ser uma economia de mercado, disse um painel de três juízes da OMC nesta segunda-feira, o que significa que o país asiático tem que aceitar a continuação das taxas "antidumping" da União Europeia e dos Estados Unidos sobre produtos chineses baratos.
Uma autoridade de comércio próxima ao caso disse que grande parte da decisão foi contra a China, que optou por suspender a disputa antes que o resultado se tornasse oficial.
"Eles perderam tanto que nem queriam que o mundo visse o raciocínio do painel", disse a autoridade.
Sem uma decisão da OMC a favor da China, a UE e os EUA podem continuar impondo tarifas sobre as importações baratas da China, desconsiderando sua alegação de que elas têm um preço justo.
A China insistiu que a tratassem como uma "economia de mercado", contrariando sua opinião de que o preço das exportações chinesas não poderia ser levado ao valor aparente devido à interferência do Estado na economia.
O país asiático tomou medidas legais dizendo que, sob seus termos de filiação à OMC em 2001, a China deveria ser reconhecida como uma "economia de mercado" depois de 15 anos.
"A China acredita que não pode haver outra leitura plausível dessa linguagem simples e inequívoca", disse o embaixador da China na OMC, Zhang Xiangchen, em uma audiência na OMC em 2017, chamando o texto de "cristalino".
Mas os Estados Unidos e a UE discordaram. Eles disseram que os produtos chineses - especialmente commodities como aço e alumínio - ainda estão subvalorizados devido aos subsídios e ao excesso de oferta do Estado, dando aos exportadores chineses uma vantagem injusta.
A briga se tornou uma questão explosiva para os Estados Unidos, com o presidente Donald Trump ameaçando deixar a OMC se a organização não se "moldasse".
Autoridades chinesas, da UE e dos EUA não comentaram imediatamente a suspensão.