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China reticente sobre suspender petróleo para a Coreia do Norte

Em setembro passado, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU impôs uma limitação ao fornecimento de produtos refinados

China: Trump pediu a Xi que suspendesse completamente o fornecimento de produtos petrolíferos (Rawpixel/Thinkstock)
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AFP

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 17h15.

Depois do novo disparo de um míssil intercontinental norte-coreano, os Estados Unidos pediram à China que suspendesse o fornecimento de petróleo à Coreia do Norte para intensificar a pressão, o que Pequim se nega a fazer.

Em setembro passado, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU impôs uma limitação ao fornecimento de produtos refinados.

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Agora, o presidente americano, Donald Trump, pediu ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, que suspendesse completamente o fornecimento de produtos petrolíferos.

A China é o principal apoiador econômico da Coreia do Norte e praticamente seu único fornecedor de petróleo.

Essa suspensão "seria uma ação decisiva nos esforços mundiais para frear este Estado pária", afirmou na quarta-feira (29) a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley.

No entanto, a China está relutante em aceitar um embargo abrangente contra a Coreia do Norte.

Qual a quantidade?

As estimativas variam e, desde 2014, a China não publicou estatísticas de exportação para a Coreia do Norte.

A Agência de Informação Energética dos Estados Unidos (EIA) estima que a Coreia do Norte tenha consumido 15 mil barris por dia no ano passado, ou seja, um centésimo de um país como a França.

A maior parte desse petróleo vem da China, que abastece a única refinaria do país.

Para onde o petróleo vai?

O fornecimento chinês passa pelo "oleoduto sino-coreano da Amizade", que começa na cidade fronteiriça de Dandong.

A gigante de energia chinesa CNPC disse que, em 2015, que o oleoduto poderia transportar 520 mil toneladas por ano.

Uma grande parte do petróleo é usada e armazenada pelas Forças Armadas da Coreia do Norte, em particular para o programa nuclear e balístico, avalia Wang Peng, especialista na Universidade Fudan em Xangai.

"Depois do fornecimento das Forças Armadas e dos órgãos governamentais, não acho que sobre muito" para a população, acrescenta.

Qual seria o efeito de um embargo total?

"A curto prazo, uma suspensão total do abastecimento de petróleo não afetaria em nada os programas nuclear e balístico, já que as Forças Armadas têm suas próprias reservas estratégicas", opinou em setembro passado Yuan Jingdong, da Universidade de Sydney.

O regime "não cairia de repente", mas a pressão aumentaria com o tempo, devido à falta de combustíveis alternativos para as operações militares - usado em caminhões, lançamento de mísseis, aviões, entre outros.

Por que a China está reticente?

A China teme uma queda do regime da Coreia do Norte, que poderia provocar uma enorme onda de refugiados, ou uma intervenção americana em sua fronteira.

Pequim também tem medo da reação norte-coreana, explica Daniel Russel, pesquisador do Asia Society Policy Institute.

"Para os chineses é impossível fechar as válvulas, e eles dizem isso claramente", explicou Russel à AFP.

"A prioridade de Xi Jinping é evitar o caos, não impedir que a Coreia do Norte tenha mísseis nucleares intercontinentais", acrescenta.

O vínculo entre os dois regime está muito deteriorado. Neste contexto, uma interrupção do fornecimento de petróleo "destruiria a relação entre os dois países", afirma Wang Peng.

A China não pode escolher o embargo "porque não é certo que seja capaz de enfrentar as consequências e a reação em cadeia causada por uma ruptura dos vínculos com a Coreia do Norte", garante Peng.

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