Economia

China é vista ultrapassando os EUA como potência em pesquisa

Estudo da Pew Research Center mostra que as pessoas em muitos países já veem a China como a principal potência econômica

Construção de uma nova superpotência: cada vez mais as pessoas acreditam que China deverá ser a nova superpotência do mundo (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Construção de uma nova superpotência: cada vez mais as pessoas acreditam que China deverá ser a nova superpotência do mundo (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2013 às 21h31.

Washington - As pessoas ao redor do mundo veem os EUA como uma superpotência em declínio e a China a pronta para superá-lo, de acordo com uma pesquisa internacional realizada pelo Pew Research Center.

A pesquisa mostra que as pessoas em muitos países já veem a China como a principal potência econômica. Entre os 39 países pesquisados, seis – incluindo os EUA e o Japão – tiveram opiniões diversas ou maiorias dizendo que a China nunca substituirá os EUA.

“Independentemente de qual país é visto como a potência econômica hoje, públicos diversos acreditam que a China finalmente irá substituir os EUA como maior superpotência mundial, se é que já não ocorreu”, de acordo com o relatório publicado hoje pelo Global Attitudes Project do Pew Center, em Washington.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos, em Paris, disse, em um relatório de 22 de março, disse que a economia da China, agora a segunda maior do mundo, está a caminho de ultrapassar a dos EUA como a primeira em 2016, quando houver ajustes por poder relativo de compra.

A China tem um diferencial econômico a diminuir se quiser chegar lá. O PIB de US$ 8,23 trilhões, no ano passado, foi de cerca de metade dos US$ 15,68 trilhões do PIB dos EUA, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional. Essa diferença se estreita quando o poder de compra é levado em conta, colocando a produção da China em US$ 12,41 trilhões, de acordo com o FMI.

As forças militares da China estão décadas atrás das dos EUA, enquanto os chineses trabalham para desenvolver seus primeiros porta-aviões e expandir seu arsenal de mísseis balísticos.

Vizinhos da China

Os resultados mais amplos do relatório do Pew foram resumidos neste título: "A imagem global da América continua sendo mais positiva do que a da China, mas muitos veem a China se tornando a principal potência do mundo."

Através dos países pesquisados, o Pew constatou que uma média de 63 por cento deram aos EUA uma classificação favorável, em comparação com 50 por cento para a China. Os entrevistados em muitos países expressaram preocupação com a ascensão da China, escreveram os autores.


"Globalmente, as pessoas são mais propensas a considerar os EUA um parceiro para o seu país do que ver a China, apesar de relativamente poucos pensarem em qualquer país como um inimigo", segundo o relatório.

O poder militar da China é visto com receio por pessoas de alguns vizinhos regionais, incluindo Japão, Coreia do Sul, Austrália e Filipinas, de acordo com o relatório.

"Por ampla margem, os japoneses dão à China suas piores classificações, apenas 5 por cento expressam uma visão positiva", segundo o relatório. "As disputas territoriais têm aumentado as tensões entre estes dois rivais históricos ao longo dos últimos anos, e 82 por cento dos japoneses descrevem essas disputas como um problema grande ou muito grande."

"Apenas 37 por cento dos americanos expressam uma visão positiva da China, contra 51 por cento, há dois anos", segundo o relatório. "Da mesma forma, as classificações para os EUA caíram na China, em uma pesquisa de 2010, realizada poucos meses depois de uma visita do presidente Barack Obama à China, 58 por cento tinham uma impressão favorável dos EUA, em comparação com 40 por cento de hoje."

"A opinião pública americana mudou significativamente desde 2008, quando apenas 36 por cento disseram que a China vai se tornar a principal potência mundial e 54 por cento acreditavam que nunca iria substituir os EUA", segundo o relatório.

Atitude Jovem

Jovens chineses e norte-americanos mostraram interesse no país dos outros.

Os EUA são vistos com bons olhos por metade dos chineses, com idades entre 18 a 29 anos, muito mais do que os mais velhos, de acordo com a pesquisa, que incluiu 3.226 chineses e tem uma margem de erro de 3,5 pontos percentuais para mais ou menos.

Por causa de sua grande população, a economia da China está muito atrás da dos EUA quando sua produção é ajustada em uma base per capita. Por essa medida, o PIB da China foi de US$ 6,076, em 2012, em comparação com US$ 49,922 para os EUA.

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