Cesp não consegue rolar dívida de US$ 150 milhões

A decisão sobre a rolagem da dívida de 150 milhões de dólares de Companhia Energética de São Paulo (Cesp) foi adiada para o final do mês. A reunião entre credores e empresa - marcada para esta segunda-feira (7/4), em Londres - não obteve quórum mínimo. Em nota oficial, a Cesp informa que o próximo encontro para aprovação da proposta foi marcado para o dia 23/4.

As notas promissórias que estão no mercado, no valor de 150 milhões de dólares, vencem em 2004, mas os credores podem exercer a opção de devolver os papéis para a empresa estatal no dia 9/5. Em sua proposta, a Cesp quer retirar esta cláusula das notas. Em troca, a empresa se compromete a pagar 20% da dívida em 2004 (na data do vencimento já acordado) e o restante em 2005.

Já está previsto no contrato com os credores que os juros passarão de 9% para 11,5%, caso não seja exercida a opção de resgate este ano.

A Cesp também quer incluir uma cláusula que prevê o direito de resgate dos 80% restantes em janeiro de 2004, caso a empresa não consiga fechar até o fim de novembro a rolagem de outras duas dívidas - de 200 milhões de euros e 300 milhões de dólares -, que vencem no primeiro semestre de 2004.

O esforço de rolar a dívida não irá evitar o rebaixamento do rating da empresa pela Standard & Poors. Com nota atual em CC - que significa princípio de default -, a companhia está ameaçada mesmo se os credores concordarem com a proposta de rolagem. "A proposta da Cesp é o que chamamos de negociação forçada", diz Milena Zaniboni, diretora de ratings corporativos da Standard & Poors. "Se os credores aceitarem a proposta, a dívida não será paga. Se aceitarem, também não", diz ela. "A queda na avaliação da empresa é só uma questão de tempo."