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Campos Neto rebate tese do governo sobre inexistência da inflação de demanda

Esse tem sido um ponto recorrente na retórica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao criticar o rumo da política monetária

Campos Neto: o presidente do Banco Central também defendeu nesta quinta-feira o sistema de meta de inflação (Edilson Rodrigues/Agência Senado/Flickr)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 27 de abril de 2023 às 13h28.

Última atualização em 27 de abril de 2023 às 15h11.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto , contestou nesta quinta-feira a tese defendida pelo presidente Lula e integrantes do governo sobre a “inexistência” da inflação de demanda no Brasil. A ala política do governo argumenta que os juros de 13,75% é "inexplicável" porque não haveria excesso de consumo da população brasileira.

Esse tem sido um ponto recorrente na retórica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao criticar o rumo da política monetária.

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"O nosso diagnóstico é que não é uma inflação de oferta. E, portanto, precisa do trabalho que está sendo feito. E, mesmo quando há inflação de oferta, é importante destacar que a tarefa do Banco Central é combater o chamado efeito secundário, quando a inflação de oferta atinge toda a cadeia", diz, em sessão do Senado.

O Banco Central, explica Campos Neto, está com atenção no chamado núcleo de inflação, que verifica a tendência dos preços desconsiderando choques temporários. Campos Neto argumenta que a taxa geral de inflação está “contaminada” por fatores de curto prazo, como a desoneração de combustíveis iniciada no governo Bolsonaro.

O núcleo da inflação, portanto, ainda estaria muito resiliente. Nesse cenário, está a inflação de demanda em serviços, que não vem apresentando redução significativa.

O presidente do Banco Central também defendeu nesta quinta-feira o sistema de meta de inflação, que estabelece previsibilidade nas expectativa sobre o aumento de preços.

A meta de inflação para este ano é de 3,25%, com teto de 4,75%. Para os próximos dois anos a meta é de 3%, com teto de 4,5%.

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