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Campos Neto: mercado de cartões de crédito no Brasil vai mudar nos próximos três anos

Presidente do BC defendeu carteiras offline para pequenos pagamentos, mas diz que os bancos ainda não investiram nessa frente

Roberto Campos Neto: presidente do Banco Central listou iniciativas que ainda não são realidade no Brasil (Edilson Rodrigues/Agência Senado/Flickr)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 21 de outubro de 2023 às 13h43.

Última atualização em 21 de outubro de 2023 às 13h46.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que o mercado de cartões vai mudar muito nos próximos três ou quatro anos. Ao projetar como o sistema financeiro deve avançar no futuro, ele listou iniciativas que ainda não são realidade no Brasil.

Carteiras offline

Campos Neto defendeu, por exemplo, carteiras offline para pequenos pagamentos, mas ponderou que os bancos ainda não investiram nessa frente. Segundo ele, as pessoas poderiam transferir pequenas quantias e usá-las sem a necessidade de estarem conectadas.

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O presidente do BC avaliou ainda que o Pix, ferramenta de pagamentos instantâneos, deveria ter menos cliques para cada transação e que poderá ter mais funcionalidades. Ele também mencionou a necessidade de carteiras digitais e afirmou que há duas empresas que estão trabalhando nessa frente.

"Depois de integrar todos os seus dados financeiros, suas transações, tudo o que você faz, será armazenado em uma carteira digital e então você poderá monetizá-la", explicou. "E queremos adicionar muito mais recursos no Pix. As oportunidades são infinitas", acrescentou. Segundo ele, o Pix já é mais popular que todos os outros meios de pagamentos no Brasil. Na semana passada, a ferramenta atingiu cerca de 170 milhões de transações em apenas um dia.

Open finance e o Real Digital

Ele afirmou ainda que o Brasil está desenvolvendo o maior sistema de open finance que existe. Trata-se de uma plataforma que permite o compartilhamento de informações de clientes entre as instituições financeiras. De acordo com Campos Neto, o objetivo é que os usuários possam, no futuro, comparar as taxas cobradas por diferentes instituições financeiras em tempo real.

Sobre o Drex, projeto de real digital, afirmou que deve estar pronto em até um ano e meio. Segundo ele, o projeto brasileiro é mais barato e simples pelo fato de ser apenas um token. Além disso, o real digital também pode se valer da regulamentação já existente e o BC não vai precisar criar novas regras.

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Em sua avaliação, se for possível conectar moedas digitais de países, será possível ter o mesmo efeito de uma moeda comum. "A moeda digital trará muito mais eficiência para os bancos", projetou. O presidente do BC admitiu ainda que o Drex não é um "bom nome" em algumas línguas, mas é tarde para trocar. "Alguns judeus disseram que Drex não é um bom nome. Mas não é Drek, é Drex", explicou.

Campos Neto está em Miami, nos Estados Unidos, para receber o Prêmio Bravo Beacon of Innovation pelo Pix. A iniciativa reconhece a excelência e a liderança nos negócios e em políticas no Ocidente.

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