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Brasil vai melhor que pares latinos no 2º tri — mas corrida não está ganha

Análise da Oxford Economics sobre o PIB divulgado nesta terça-feira prevê que o Brasil recuperará nível pré-covid só em 2022, três meses após Chile e Peru

Economia brasileira: principal surpresa positiva no 2º trimestre no segundo trimestre foi a resiliência das exportações e importações brasileiras (Cesar Okada/Getty Images)

Ligia Tuon

Publicado em 2 de setembro de 2020 às 09h56.

Última atualização em 2 de setembro de 2020 às 10h00.

A reação da economia brasileira ante os impactos desastrosos da pandemia de covid-19 foi a melhor entre seus pares da América Latina no segundo trimestre, na avaliação da Oxford Economics, em resposta ao tombo de 9,7% no período, divulgado na terça-feira pelo IBGE.

A estimativa da casa de análise britânica era de uma queda de 11% do Produto Interno Bruto ( PIB ) ante o trimestre anterior, considerada pessimista em relação à média das previsões do mercado, de - 9,2%.

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"Os dados do segundo trimestre confirmam nossa avaliação de que o Brasil foi o país menos afetado pela pandemia na América Latina", diz relatório. "Mas, mesmo na pole position, não significa que o Brasil vai ganhar a corrida", alerta.

Os dados da primeira metade do terceiro trimestre sugerem que a recuperação perdeu ímpeto em junho, diz a Oxford. E, como a ajuda do governo será retirada ainda em 2021, a tendência é que a o ritmo da retomada desacelere consideravelmente: "Prevemos que o Brasil recuperará seu PIB pré-pandêmico apenas no primeiro trimestre de 2022, três meses depois do Chile e do Peru", diz.

A principal surpresa positiva no segundo trimestre foi a resiliência das exportações e importações brasileiras, segundo o relatório. Abalança comercial de bens e serviços registrou alta de 1,8% nas exportações do segundo trimestre, levadas pela venda de commodities, produtos alimentícios e petróleo, enquanto que as importações recuaram 13,2%.

O movimento está muito ligado aos pedidos de comércio exterior feitos com meses de antecedência à pandemia, segundo a casa, já que a duração dos contratos firmados na Agricultura respeitam o tempo das safras. A desvalorização do real frente ao dólar, mais acentuada no país em meio à crise, também tem beneficiado o setor, já que as vendas dos produtores brasileiros para fora são feitas em dólar.

"A única surpresa negativa foi o comportamento do consumo do governo, que caiu 9% no trimestre devido à redução na demanda por saúde e educação públicas", diz a Oxford.

Para o futuro, o cenário é mais preocupante. A previsão é que a recuperação vista, principalmente, em junho e julho vá perdendo força, como já aconteceu nas últimas semanas. A Oxford espera uma perda de 4,6% de PIB em 2020, com um crescimento de 8,2% no terceiro trimestre ante o período anterior. Para o último período do ano, o aumento deverá ser de 3,4%.

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