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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h25.
Dentre os BRICs (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China, consideradas as economias emergentes mais promissoras), o Brasil é o país que mais rápido confere retorno aos investidores internacionais. Isso é o que mostra um estudo realizado pela consultoria KPMG junto a 77 executivos de grandes companhias de todo o mundo.
Para os entrevistados, as capacidades de gerar lucros e de promover melhoras nos resultados globais da empresa são as principais características que definem o sucesso dos negócios. No Brasil, 37% dos empreendimentos apresentam lucros já nos dois primeiros anos de operações, enquanto na China apenas 23% conseguem obter ganhos neste prazo e, na Índia, 26%.
Quanto à contribuição para aumento dos rendimentos globais da companhia, no Brasil, o reflexo já é sentido nos dois primeiros anos após o investimento em 46% dos casos. Já na China e na Índia, o percentual é de apenas 31%. "Nos asiáticos, os resultados demoram mais para aparecer, em geral cinco anos", afirma o sócio da KPMG, Alexandre Heinermann.
Apesar disso, o Brasil não é a primeira opção dos investidores quando o objetivo é aplicar em mercados emergentes. China e Índia, respectivamente, são consideradas melhores alternativas. Para 83% dos entrevistados, o momento é ideal para investimentos na China e, em relação à Índia, 70% consideram uma boa hora para alocar recursos no país.
"Os executivos têm uma visão de longo prazo. Tanto a China quanto a Índia possuem mercados menos explorados que o Brasil e concorrência menor", diz Heinermann. Segundo o sócio da KPMG, a expectativa de crescimento da classe média - principal público-alvo das empresas - é maior nos dois países que no Brasil. Na Índia, por exemplo, existem hoje 75 milhões de consumidores nesta camada social. Além disso, os jovens de até 25 anos - também considerados consumidores potenciais - constituem 50% da população do país.
A Diageo, dona das marcas Smirnoff e Johnnie Walker, comprovou o potencial de negócios dos BRICs no último ano fiscal. Enquanto as vendas da empresa subiram apenas 2% na Europa, no Brasil, Rússia, China e Índia o crescimento foi de 45%.
Legislação
O forte controle governamental sobre os investimentos estrangeiros é apontado pelos entrevistados como o principal fator de inibição de negócios nos países emergentes. Neste ponto, o Brasil é visto de forma diferenciada. "Embora o sistema brasileiro seja lento e burocrático, apresenta regras transparentes. Além disso, o governo não impõe reserva de mercado, como ocorre em outros países", afirma o sócio da KPMG.