Brasil tem 2o melhor superávit fiscal para janeiro, de R$16,185 bi
BRASÍLIA (Reuters) - O setor público consolidado brasileiro registrou superávit primário de 16,185 bilhões de reais em janeiro, segundo melhor resultado para o mês e mais que o dobro do saldo de 7,358 bilhões de reais obtido há um ano. O superávit, que reflete a melhora da economia, superou as expectativas de analistas, que […]
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2010 às 14h48.
BRASÍLIA (Reuters) - O setor público consolidado brasileiro registrou superávit primário de 16,185 bilhões de reais em janeiro, segundo melhor resultado para o mês e mais que o dobro do saldo de 7,358 bilhões de reais obtido há um ano.
O superávit, que reflete a melhora da economia, superou as expectativas de analistas, que apontavam superávit de 13,65 bilhões de reais segundo a mediana de 14 economistas consultados pela Reuters.
"É um excelente resultado que mostra que vamos fazer o superávit primário de 3,3 por cento do PIB este ano", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a jornalistas.
Em 12 meses encerrados em janeiro, o superávit primário foi equivalente a 2,32 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), ante 2,06 por cento do PIB em 12 meses até dezembro.
A economia feita pelo país superou o volume de juros contabilizados no mês, em queda por conta da redução da taxa Selic no ano passado. Com isso, o setor público registrou o primeiro superávit nominal desde outubro de 2008, de 2,201 bilhões de reais.
No primeiro mês do ano, a Receita Federal teve arrecadação recorde para janeiro, de 73 bilhões de reais. O resultado fiscal do governo central também foi beneficiado por um adiamento de pagamentos de sentenças judiciais, que nos dois anos anteriores haviam sido feitos em janeiro.
NOVA CONTABILIDADE
O BC informou ainda que a dívida líquida total do setor público ficou em 41,7 por cento do PIB em janeiro, frente a 42,9 por cento do PIB no mês anterior.
"Está mantida a trajetória de dinâmica de dívida benigna para o ano", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
A queda refletiu a depreciação cambial ocorrida no mês, além do resultado nominal positivo. A dívida caiu também em termos nominais, para 1,317 trilhão de reais, ante 1,345 trilhão de reais em dezembro.
Para fevereiro, a estimativa do BC é de que a relação dívida/PIB mantenha-se em 41,7 por cento.
A partir deste mês, esse indicador de endividamento passou a ser calculado pelo BC com base nas estimativas do PIB corrente. Até então, os dados do PIB tinham seus valores corrigidos mês a mês pelo IGP-DI. O BC retroagiu o novo cálculo a dezembro de 2001.
"Essa alteração é consistente com o processo de estabilização da inflação registrado atualmente na economia brasileira", afirmou o BC em nota.
No mês de janeiro, o uso do PIB corrente piorou o dado do endividamento, que teria ficado em 41,33 por cento se o PIB tivesse sido atualizado.