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Brasil projeta crescimento modesto nas exportações de frutas

São Paulo, 14 de abril (Portal EXAME) As exportações de frutas frescas brasileiras devem chegar a 512 milhões de dólares até o final de 2004. O montante representa um crescimento de mais de 100% em relação às vendas do ano passado, que somaram 241 milhões, mas está muito abaixo da estimativa para curto prazo que […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h03.

São Paulo, 14 de abril (Portal EXAME) As exportações de frutas frescas brasileiras devem chegar a 512 milhões de dólares até o final de 2004. O montante representa um crescimento de mais de 100% em relação às vendas do ano passado, que somaram 241 milhões, mas está muito abaixo da estimativa para curto prazo que vinha sendo apresentada anteriormente, da ordem de 1 bilhão.

De acordo com Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Ibraf (Instituto Brasileiro de Frutas), os números agora são mais realistas . Outros grandes produtores mundiais estão reagindo ao aumento das exportações do Brasil , diz Fernandes. Ele afirma que, em países do hemisfério norte, onde a taxa de natalidade muitas vezes chega a ser negativa, o consumo de frutas não cresce. Isso significa que o Brasil, ao vender seus produtos nesses locais, está tomando espaço de outros exportadores.

O país é o terceiro maior produtor de frutas (38 milhões de toneladas em 2002), atrás apenas da China (133 milhões de toneladas) e da Índia (58 milhões e toneladas). Mas quando se fala em exportações, a posição no ranking cai bastante: fica em 22.º lugar, atrás de países como Chile e África do Sul. De acordo com dados repassados pelo próprio Ibraf, com base em um ranking referente ao ano 2000, o maior exportador mundial de frutas frescas é a Espanha, que vende ao exterior 12% da sua produção. A África do Sul, em 10.º lugar, exporta 3,4% da produção, seguida pelo Chile, com 3%.

O Brasil, na 22.ª posição, exportava 1,12% da sua produção total de frutas frescas. Hoje, esse percentual cresceu um pouco, mais ainda é muito baixo: 2%. Nos últimos anos, o setor tem se esforçado para mudar a situação. Desde 1998, o volume das exportações cresceu 127%, de 294 mil para 669 mil toneladas. No período, a receita das vendas ao exterior também cresceu 102% e chegou a 241 milhões de dólares.

Para continuar crescendo, o Ibraf e a Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações do Brasil) estão desenvolvendo o Projeto Horizontal, cujo objetivo é fazer com que 500 novas empresas (normalmente de pequeno e médio porte) se voltem para o mercado externo. Serão investidos 8,5 milhões de reais até 2004: 4 milhões de reais em financiamentos da Apex-Brasil mais 4,5 milhões da iniciativa privada. Para Fernandes, isso deve possibilitar a criação de 30 mil novos empregos. Hoje, o setor emprega 5,6 milhões de pessoas, ou 27% do total da mão-de-obra agrícola do país.

Um dos maiores desafios enfrentados pelo setor é desenvolver tecnologia para possibilitar que as frutas hoje enviadas por via aérea durem mais e tambem possam ser embarcadas em navios. Algumas frutas, como mamão papaia, caqui, figo e morango, por serem mais frágeis, exigem o transporte mais rápido dos aviões. O custo do transporte aéreo chega a ser entre 30% e 40% mais elevado , diz o presidente do Ibraf.

Com a redução dos vôos internacionais para o Brasil, os exportadores dessas frutas têm enfrentado recentemente dificuldades para despachá-las ao exterior. Isso porque as companhias aéreas, agora com menos espaço disponível para o transporte de carga, têm dado prioridade a outros produtos, como eletroeletrônicos e calçados, cujo frete é mais elevado. Como as frutas pagam uma tarifa promocional, na conjuntura atual elas se tornaram uma carga desinteressante para as empresas aéreas.

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