(Ingram Publishing/Thinkstock)
João Pedro Caleiro
Publicado em 5 de maio de 2018 às 09h00.
Última atualização em 5 de maio de 2018 às 09h00.
São Paulo - O Brasil é visto com cada vez menos ânimo como destino de investimento, de acordo com a A.T. Kearney.
A consultoria lançou na última quarta-feira (02) o seu ranking anual dos países com maior chance de atrair investimento estrangeiro direto nos próximos 3 anos.
O Brasil teve a maior queda. Depois de passar do 12º lugar em 2016 para o 16º em 2017, o país despencou para a 25ª posição neste ano - último lugar do ranking.
A consultoria atribuiu o declínio a uma "persistente incerteza econômica e percepção de má gestão política" diante de questões como o impeachment de Dilma Rousseff, as denúncias contra o presidente Michel Temer e as investigações da Operação Lava Jato.
"As tensões provavelmente se acentuarão na medida que se aproximam as eleições de outubro, apesar de que um novo governo pode estabelecer um recomeço", diz o texto.
Apesar de tudo, o relatório nota que segundo a UNCTAD, o fluxo de IED para cá cresceu 4% em 2017 e atingiu US$ 60 bilhões.
O país responde por 90% das grandes aquisições estrangeiras na região, diz o texto, atraindo muito interesse dos chineses com atenção especial para o setor elétrico.
"Também há sinais de que outros investidores internacionais também não foram dissuadidos pela incerteza política e econômica, como na busca da Boeing por uma participação majoritária na Embraer", diz o relatório.
De forma geral, os emergentes perderam terreno no ranking. A China caiu duas posições e ficou em 5º enquanto a Índia saiu do top 10 pela primeira vez desde 2015.
Os destinos mais atraentes são, na ordem: Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, China, Japão, França, Austrália, Suíça e Itália.
A pesquisa também perguntou quais são os principais fatores considerados na hora de decidir onde fazer investimentos no mundo.
O fator "transparência regulatória e falta de corrupção" pulou da 5ª para a 1ª posição entre os mais citados.
Os resultados vêm de uma pesquisa realizada em janeiro com 500 executivos de alto escalão de grandes empresas com receita anual acima dos 500 milhões de dólares e com sedes espalhadas por 29 países.