Economia

Brasil fez melhorias mais rápido do que qualquer país, diz Bird

O mundo sofrerá grandes transformações nos próximos 50 anos. Mas o Banco Mundial (Bird) recomenda muita cautela para que toda a população do mundo, estimada em 9 bilhões de habitantes, consiga coordenar crescimento e desenvolvimento, sem prejudicar o meio ambiente. O Brasil mereceu capítulo à parte no estudo "Desenvolvimento Dinâmico em um Mundo Sustentável". O […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h58.

O mundo sofrerá grandes transformações nos próximos 50 anos. Mas o Banco Mundial (Bird) recomenda muita cautela para que toda a população do mundo, estimada em 9 bilhões de habitantes, consiga coordenar crescimento e desenvolvimento, sem prejudicar o meio ambiente. O Brasil mereceu capítulo à parte no estudo "Desenvolvimento Dinâmico em um Mundo Sustentável". O órgão cita que o país, nos últimos dez anos, fez "melhorias que estão entre as mais rápidas para qualquer país do mundo".

O Brasil recebeu um capítulo do estudo do Banco Mundial, que avalia positivamente o crescimento do país. "Nos últimos dez anos, o Brasil fez grandes progressos nas questões econômicas, sociais e institucionais de que trata o relatório", disse Vinod Thomas, diretor do Banco Mundial para o Brasil.

"Os níveis de transparência e inclusão alcançados pelo Brasil levaram a uma maior responsabilidade e eficiência institucional, o que contribuiu consideravelmente para a redução da pobreza. Também houve progressos em direção ao desenvolvimento ambiental sustentável, mas, como em outros países, isto ainda é parte importante de uma agenda em progresso", diz ele.

Importantes indicadores sociais do Brasil apresentaram melhoras significativas ao longo dos anos, principalmente nas áreas de educação fundamental e saúde básica. A porcentagem de crianças fora da escola caiu de 18,2% para 3% entre 1992 e 2000; a taxa de analfabetismo teve uma redução de 18,3% para 10,2% no período de 1992 e 2000; e a mortalidade infantil caiu de 47,8 por mil em 1990 para 29,6 por mil em 2000. "Essas melhorias estão entre as mais rápidas para qualquer país do mundo, em período semelhante", avalia a instituição.

"Os níveis de transparência e inclusão alcançados pelo Brasil levaram a uma maior responsabilidade e eficiência institucional, o que contribuiu consideravelmente para a redução da pobreza. Também houve progressos em direção ao desenvolvimento ambiental sustentável, mas, como em outros países, isto ainda é parte importante de uma agenda em progresso", diz o relatório. "O Banco Mundial expressou recentemente o seu apoio ao programa econômico brasileiro de médio prazo, e a sua disposição em aumentar o seu apoio financeiro a operações de reforma."

Mundo daqui a 50 anos

Daqui a 50 anos, o Produto Interno Bruto mundial será de 140 trilhões de dólares. De acordo com o relatório "Desenvolvimento Dinâmico em um Mundo Sustentável", sem políticas e instituições melhores, "as pressões sociais e ambientais poderão desviar o progresso do desenvolvimento, levando a população a níveis mais altos de pobreza e a um declínio na qualidade de vida para todos". "O mundo de 140 trilhões de dólares daqui a cinco décadas simplesmente não pode ser mantido com os atuais padrões de produção e consumo", afirma Nicholas Stern, economista-chefe e vice-presidente sênior do Banco Mundial.

A proposta para resolver esse problema é que parece não combinar com a realidade atual. Em um mundo com blocos econômicos, cada qual puxando a sardinha para o seu lado, e barreiras alfandegárias, o Bird sugere que "os países ricos podem tomar tal medida abrindo seus mercados aos exportadores do mundo em desenvolvimento e abandonando subsídios agrícolas e outras barreiras ao comércio que deprimem os preços e limitam as oportunidades de mercado àqueles bens que as pessoas de baixa renda produzem de forma mais competitiva."

Como admite o próprio órgão em seu relatório, "os desafios são assustadores". "O hiato entre os países ricos e pobres como o número de pessoas que vivem em terras frágeis dobraram nos últimos 40 anos. Em termos globais, 1,3 bilhão de pessoas vivem em terras frágeis -zonas áridas, encostas, pantanais e florestas - que não podem sustentá-las." A renda média dos 20 países mais ricos já é 37 vezes a dos 20 países mais pobres.

Na análise de Ian Johnson, Vice-Presidente da Rede de Desenvolvimento Ambiental e Socialmente Sustentável do Banco Mundial, "os países de baixa renda deverão crescer a uma taxa de 3,6% per capita", para cumprir a meta de crescimento estipulada pela ONU para cortar a pobreza pela metade até 2015.

Um importante fenômeno acontecerá nos próximos 50 anos. "A população mundial começará a estabilizar-se e a maioria das pessoas viverá nas cidades pela primeira vez na história," afirma Zmarak Shalizi, autor principal do estudo.

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