Brasil e Argentina fecham acordo para aumentar voos entre os dois países
Negociações se arrastavam há uma década e foram concluídas na cúpula do Mercosul. A decisão tem efeito imediato
Agência O Globo
Publicado em 5 de dezembro de 2019 às 12h53.
Bento Gonçalves — Os governos do Brasil e da Argentina fecharam acordo nesta quarta-feira para aumentar o limite de voos semanais entre os dois países. Agora, o número de frequências passará das atuais 133 para 170 por semana. E não haverá mais limite para voos de transporte de carga.
O acordo foi fechado na cúpula do Mercosul, que acontece em Bento Gonçalves (RS). A decisão tem efeito imediato, não precisa de aval do Legislativo.
A mudança é especialmente importante neste momento, em que o dólar está alto, o que deve levar os brasileiros a viajarem mais para os países vizinhos. Por causa da alta demanda de passageiros, o limite já está estourado do lado brasileiro. Voos extras, principalmente da Azul, vinham sendo autorizados caso a caso.
Do lado argentino, no entanto, há sobra. Por isso, havia resistência de sindicatos argentinos do setor de aviação e da Aerolíneas, principal companhia do país vizinho.
O governo da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) só aceitava revisar os termos do acordo, que data de 1948 e que vem sendo discutido há cerca de uma década, quando a Aerolíneas preenchesse todo o limite de voos.
O acordo original prevê 133 decolagens semanais para cada lado e sete exclusivamente cargueiras.
No governo Mauricio Macri, que termina no dia 10 deste mês, empresas low-cost (de baixo custo), como a Flybondi, passaram a fazer voos ligando Buenos Aires a capitais brasileiras. A avaliação é que esse movimento favoreceu a revisão do acordo.
A mudança no teto dos voos era defendida com ênfase pelo ministro da Infraestrutura do Brasil, Tarcísio Freitas.