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Brasil e Argentina discutem oferta do Mercosul à UE

Governos discutiram nesta quarta a oferta do Mercosul à União Europeia

Exportações: segundo a assessoria de imprensa do MDIC, as conversas vão continuar nesta quinta (Arquivo)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2013 às 21h06.

Buenos Aires - Os governos do Brasil e da Argentina discutiram, nesta quarta-feira, 4, a oferta do Mercosul à União Europeia . O assunto foi o único tópico da reunião, sem conclusão e que durou cerca de duas horas, realizada entre o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, e o assessor especial do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, com o ministro argentino de Economia, Axel Kicilllof, e o chefe de Gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, em Buenos Aires.

Segundo a assessoria de imprensa do MDIC, as conversas vão continuar nesta quinta-feira, 5, porque Kicillof teve que sair da reunião para assistir à posse da nova ministra de Segurança, Maria Cecília Rodrigues.

Na pauta, o governo brasileiro quer discutir ainda questões comerciais relacionadas ao setor automotivo e de calçados. Pimentel quer destravar as barreiras para 700 mil pares de calçados que estão parados na fronteira argentina. Também participaram da reunião a ministra de Indústria da Argentina, Débora Giorgi, e o secretário de assuntos Técnicos e Legais da Presidência, Carlos Zanini. O Mercosul terá que apresentar uma oferta conjunta à UE entre os dias 16 a 20 de dezembro, com vistas à um acordo de livre comércio. Porém, a Argentina ainda não entregou sua proposta completa que deverá ser harmonizada com as dos demais sócios.

Em reunião no mês passado em Caracas, a Argentina teria entregado somente a lista de bens a serem liberados de alíquotas para importação, mas não a oferta referente a serviços, compras governamentais e investimentos. O Brasil tem especial interesse na negociação com a UE, tendo em vista os rápidos movimentos envolvendo acordos de formação de área de livre comércio entre outras regiões e mercados. Na reunião marcada para a manhã desta quinta-feira, Pimentel dará o pontapé inicial das negociações de um novo acordo automotivo comum, que expira em junho de 2014.

A Argentina tem especial interesse no assunto porque pretende reduzir seu déficit da balança comercial bilateral, aumentando sua participação de autopeças no mercado brasileiro. Fontes do setor de importação da Argentina afirmaram que há preocupação no setor com o novo imposto proposto pelo Executivo, cuja votação no Senado estava prevista para hoje e foi adiada pelo governo. O projeto impõe uma alíquota de 30% para automóveis que custam entre 170 mil pesos a 210 mil pesos e de 50% para os carros acima desde valor.

Segundo o presidente da Fiat, Cristiano Rattazzi, o imposto vai afetar o mercado porque não estabelece um indexador no país que tem uma inflação anual de 26%. Teoricamente, o imposto não teria impacto nas exportações do Brasil para a Argentina, já que a maioria dos carros brasileiros que entra no mercado vizinho é de pequeno porte.

As Declarações Juramentadas Antecipadas de Importação (DJAI), que são licenças generalizadas de importação, aplicadas pela Argentina desde fevereiro de 2012, não entrariam na pauta de discussões porque o governo brasileiro já havia recebido sinalização de maior flexibilização por parte da nova equipe econômica, em reunião realizada na semana passada entre o secretário de Comércio do MDIC, Daniel Godinho, e o novo secretário de Comércio Interior da Argentina, Augusto Costa. O governo argentino pretende manter o comércio administrado, mas com maior abertura para os insumos e máquinas usados pela indústria nacional e produtos necessários para abastecer a demanda doméstica.

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Buenos Aires - Os governos do Brasil e da Argentina discutiram, nesta quarta-feira, 4, a oferta do Mercosul à União Europeia . O assunto foi o único tópico da reunião, sem conclusão e que durou cerca de duas horas, realizada entre o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, e o assessor especial do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, com o ministro argentino de Economia, Axel Kicilllof, e o chefe de Gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, em Buenos Aires.

Segundo a assessoria de imprensa do MDIC, as conversas vão continuar nesta quinta-feira, 5, porque Kicillof teve que sair da reunião para assistir à posse da nova ministra de Segurança, Maria Cecília Rodrigues.

Na pauta, o governo brasileiro quer discutir ainda questões comerciais relacionadas ao setor automotivo e de calçados. Pimentel quer destravar as barreiras para 700 mil pares de calçados que estão parados na fronteira argentina. Também participaram da reunião a ministra de Indústria da Argentina, Débora Giorgi, e o secretário de assuntos Técnicos e Legais da Presidência, Carlos Zanini. O Mercosul terá que apresentar uma oferta conjunta à UE entre os dias 16 a 20 de dezembro, com vistas à um acordo de livre comércio. Porém, a Argentina ainda não entregou sua proposta completa que deverá ser harmonizada com as dos demais sócios.

Em reunião no mês passado em Caracas, a Argentina teria entregado somente a lista de bens a serem liberados de alíquotas para importação, mas não a oferta referente a serviços, compras governamentais e investimentos. O Brasil tem especial interesse na negociação com a UE, tendo em vista os rápidos movimentos envolvendo acordos de formação de área de livre comércio entre outras regiões e mercados. Na reunião marcada para a manhã desta quinta-feira, Pimentel dará o pontapé inicial das negociações de um novo acordo automotivo comum, que expira em junho de 2014.

A Argentina tem especial interesse no assunto porque pretende reduzir seu déficit da balança comercial bilateral, aumentando sua participação de autopeças no mercado brasileiro. Fontes do setor de importação da Argentina afirmaram que há preocupação no setor com o novo imposto proposto pelo Executivo, cuja votação no Senado estava prevista para hoje e foi adiada pelo governo. O projeto impõe uma alíquota de 30% para automóveis que custam entre 170 mil pesos a 210 mil pesos e de 50% para os carros acima desde valor.

Segundo o presidente da Fiat, Cristiano Rattazzi, o imposto vai afetar o mercado porque não estabelece um indexador no país que tem uma inflação anual de 26%. Teoricamente, o imposto não teria impacto nas exportações do Brasil para a Argentina, já que a maioria dos carros brasileiros que entra no mercado vizinho é de pequeno porte.

As Declarações Juramentadas Antecipadas de Importação (DJAI), que são licenças generalizadas de importação, aplicadas pela Argentina desde fevereiro de 2012, não entrariam na pauta de discussões porque o governo brasileiro já havia recebido sinalização de maior flexibilização por parte da nova equipe econômica, em reunião realizada na semana passada entre o secretário de Comércio do MDIC, Daniel Godinho, e o novo secretário de Comércio Interior da Argentina, Augusto Costa. O governo argentino pretende manter o comércio administrado, mas com maior abertura para os insumos e máquinas usados pela indústria nacional e produtos necessários para abastecer a demanda doméstica.

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