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Brasil deve crescer menos que outros emergentes, vê Deutsche Bank

Brasil deve voltar a crescer em 2017, mas vai continuar na lanterna dos emergentes, segundo o banco alemão

Deutsche Bank: risco político no Brasil permanece no radar em 2017 (.)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 08h44.

Nova York - O Brasil vai voltar a crescer em 2017, mas deve seguir na lanterna do ranking dos países que mais crescem no mundo, encabeçado pela Índia, avaliou nesta segunda-feira, 8, o Deutsche Bank .

A projeção é que o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresça 0,5% este ano, nível abaixo da economia mundial (3,4%) e da média dos países emergentes (4,6%).

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A Índia deve seguir em 2017 como o país emergente que mais cresce no mundo, considerando os principais mercados. O Deutsche aposta em um avanço de 7% para o país.

Em seguida, vem a China, com avanço esperado de 6,5%. Mesmo a Rússia, que também estava em recessão, vai ter PIB mais forte que o Brasil este ano, com expansão prevista de 1,6%.

No caso do Brasil, o Deutsche ressalta que o risco político permanece no radar em 2017, mas que a perspectiva de reformas e recuperação da atividade após dois anos de forte recessão têm feito os ativos brasileiros apresentarem forte valorização. A Bovespa foi uma das bolsas que mais subiram no mundo em 2017, ressalta o relatório.

"Estamos cautelosamente otimistas com os emergentes em 2017, mas esperamos um início de ano difícil", ressalta o Deutsche, mencionando que países como Turquia, México, África do Sul e Brasil terão que lidar com problemas domésticos ao mesmo tempo que o cenário externo muda, com o governo de Donald Trump.

A gestão do novo presidente dos Estados Unidos terá efeitos diversos nos países emergentes. Por um lado, a aceleração esperada do PIB dos EUA deve fazer a maior economia do mundo aumentar a demanda por exportações - e emergentes, como o Brasil, poderiam se beneficiar, ressalta o banco.

Ao mesmo tempo, o governo de Trump será marcado por juros mais altos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e dólar valorizado, o que tende a dificultar e encarecer a captação de recursos por governos e empresas dos países emergentes. Outro risco é Trump provocar fuga de capital destes mercados. O Deutsche prevê duas altas de juros neste ano pelo Fed e quatro em 2018.

Os analistas do Deutsche lembram que parte da incerteza gerada por Trump é porque suas medidas econômicas ainda não são conhecidas em detalhes, mas é um nível melhor que a "certeza da continuação" do atual nível "medíocre" de expansão do PIB.

No entanto, a economia dos Estados Unidos, as projeções do banco alemão são positivas. O ritmo de expansão previsto para 2018 é mais do que o dobro esperado para o PIB de 2016, que deve ficar em 1,5%.

A avaliação do Deutsche é que Trump tem capacidade para "mudar as regras do jogo" e acelerar a expansão dos EUA com políticas como corte de impostos para famílias e empresas, aumento dos gastos públicos em infraestrutura e desregulação em vários setores, como o financeiro e o de energia.

"Estamos muito otimistas com os EUA, na medida em que a nova administração vai buscar uma agenda fiscal e regulatória substancialmente pró-crescimento", afirma o banco alemão. Para os analistas do banco, o fato de o Congresso ter ficado na mão dos republicanos vai facilitar a implementação destas medidas.

O México e a Turquia permanecem "particularmente vulneráveis" às mudanças que devem ocorrer no cenário externo. Para a economia mexicana, há o risco de medidas protecionistas do republicano afetarem a atividade. Já a Rússia deve ser beneficiada pela melhora do relacionamento com Trump.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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