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Brasil cai 9 posições no ranking de competitividade das nações

País ficou na 66ª colocação, atrás de Chile, México e Colômbia

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h11.

O Brasil está crescendo menos que os demais países emergentes, aponta levantamento do Fórum Econômico Mundial. No último ano, o país caiu nove posições no ranking de competitividade das nações, saindo do 57º para o 66º lugar.

A colocação é a pior dentre os BRICs (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China, consideradas as economias emergentes mais promissoras). A Índia ficou na 43ª; a China, na 54ª e a Rússia, na 62ª.

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De acordo com a entidade, apesar de possuir um grande mercado interno, uma base industrial diversificada e volume significativo de investimento estrangeiro direto, o Brasil não está conseguindo acompanhar o ritmo de expansão dos países em desenvolvimento. Isso porque "a competitividade brasileira ainda é minada pelos altos níveis de endividamento público e altas taxas de juros, somadas a um ambiente institucional ineficiente, uma cultura de burocracia e uma economia baseada na informalidade. A distribuição desigual de renda e a predominância da corrupção são desafios que ainda carecem de soluções", afirma a entidade em nota.

Apesar da queda de posição, o Fórum Econômico Mundial aponta algumas perspectivas positivas para o país, como melhoras na gestão das finanças públicas. "Esforços nessa área devem liberar recursos governamentais para investimentos em educação, um setor vital para aumentar a competitividade da economia do país", diz o presidente da Rede de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, Augusto Lopez-Claros.

América Latina e Caribe

Dentre os países da América Latina e do Caribe, o Chile foi o que obteve melhor colocação no ranking, ficando em 27º lugar. Para o Fórum Econômico Mundial, a posição "não é apenas reflexo das suas instituições sólidas - que já apresentam níveis de transparência e abertura acima da média européia -, mas também a presença de mercados eficientes, relativamente livres de distorção".

A entidade ressalta, ainda, que a gestão macroeconômica do país é "altamente competente", propiciando rápido crescimento e redução da pobreza.

O Fórum Econômico Mundial coloca como grande problema da América Latina a falta de instituições com credibilidade e transparência, o que impede o progresso dos países. Direitos de propriedade intelectual pouco definidos, influências indevidas, operações ineficientes do governo e ambientes comerciais instáveis também são apontados como falhas graves. "A percepção de favoritismo em decisões de estado, a falta de independência judiciária e o custo de segurança associada aos altos níveis de criminalidade e corrupção dificultam a competitividade da comunidade empresarial", diz o Fórum Econômico Mundial.

Estados Unidos e Europa

Os Estados Unidos, que em 2005 ocupavam a liderança do ranking, caíram cinco posições e ficaram em sexto lugar. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, o país mantém um ambiente comercial "excelente", mercados eficientes e continua sendo um centro global de desenvolvimento tecnológico. Porém, "sua competitividade global é ameaçada por grandes desequilíbrios macroeconômicos, especialmente o volume crescente de dívidas públicas e déficits fiscais consecutivos".

Com isso, a primeira posição ficou com a Suíça, que subiu três colocações. Segundo o Fórum Econômico Mundial, a melhora é "fruto do sólido ambiente institucional, excelente infra-estrutura, mercados eficientes e altos níveis de inovação tecnológica".

Os países nórdicos são os melhores classificados no ranking, com a Finlândia em 2º, a Suécia em 3º e a Dinamarca em 4º.Todos eles "registram superávits comerciais, em conjunto com dívidas públicas abaixo da média de outros países europeus", ressalta o Fórum. Já a Polônia, que ficou em 48º lugar, apresenta o pior desempenho da Europa.

Ásia

Caracterizadas por uma "infra-estrutura de alta qualidade, mercados flexíveis e eficientes, mão-de-obra saudável e educada, além de altos níveis de capacidade tecnológica e de inovação", os países asiáticos aparecem bem colocados no ranking. Cingapura ficou com a 5ª colocação, Japão com a 7º, Hong Kong com a 11ª e Taiwan com a 13ª.

A China, no entanto, caiu seis posições, passando de 48ª a 54ª. Para o Fórum, "uma série de problemas estruturais precisam ser enfrentados, inclusive no setor bancário, em grande parte controlado pelo Estado". A entidade destaca, ainda, que "a maior preocupação é a queda de qualidade do ambiente institucional, fator que teve queda de 20 posições no ranking de 2006, passando do 60º para o 80º lugar".

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