O Brasil ainda passa por um momento de aprendizado de questões básicas, como igualar receitas e despezas, afirmou o ex-presidente do Fleetboston Financial (do Bank Boston) e deputado federal eleito (PSDB-GO) Henrique Meirelles. O futuro parlamentar participa da Cúpula de Negócios da América Latina 2002, realizada pelo World Economic Forum, que termina na tarde desta sexta-feira (22/11), no Rio de Janeiro.

Segundo ele, para que o país entre definitivamente nos trilhos, serão necessárias que as reformas (previdênciária, política, trabalhista e tributária) efetivamente sejam feitas. "Impostos temporários deveriam ser unicamente para despesas temporárias. Não há despesas temporárias no Brasil. É preciso tomar decisões realistas", exemplificou.

Meirelles acredita que o presidente eleito, Lula, tem e terá apoio parlamentar e popular para realizar essas reformas. "Eu e o meu partido trabalharemos para votar as emendas e projetos necessários para que o Brasil deixe essa incerteza atual", afirmou.

Sobre o cenário econômico, Meirelles afirmou que o dólar deve baixar nos próximos meses do novo governo. "É evidente que o dólar está muito caro, mas não haverá uma taxa que agrade importadores e exportadores, mas já está provado que nem mesmo o Banco Central tem capacidade de manter o dólar em uma taxa fixa", disse.

O deputado eleito negou que tenha sido convidado para ocupar algum cargo no novo governo, como a presidência do Banco Central. "Fui eleito para o Legislativo e vou trabalhar para isso."