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Bolsonaro diz que pode falar com Trump sobre tarifas de importações

"Vou falar com o Guedes hoje. Alumínio? Vou falar com o Paulo Guedes agora. Se for o caso, ligo pro Trump", disse ele

Bolsonaro e Trump: norte-americano anunciou em publicação no Twitter que irá retomar imediatamente tarifas norte-americanas (Andrew Harrer/Bloomberg)
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Reuters

Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 09h12.

Última atualização em 2 de dezembro de 2019 às 16h52.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que pode conversar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , a respeito da decisão anunciada pelo líder norte-americano de que vai retomar tarifas sobre importações de metais do Brasil.

"Vou falar com o Guedes hoje. Alumínio? Vou falar com o Paulo Guedes agora. Se for o caso, ligo pro Trump, eu tenho um canal aberto com ele. Converso com o Paulo Guedes e depois dou uma resposta, para não ter que recuar", disse Bolsonaro a jornalistas em entrevista na saída do Palácio da Alvorada.

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"Não vejo isso como retaliação. Vou conversar com ele para ver se não nos penaliza com a sobretaxa no preço do alumínio. A ligação dele, no Twitter dele, é a questão das commodities, a nossa economia basicamente vem das commodities, é o que nós temos. Espero que tenha o entendimento dele, que não nos penalize no tocante a isso, e tenho quase certeza de que ele vai nos atender", acrescentou.

Mais cedo, Trump anunciou em publicação no Twitter que irá retomar imediatamente tarifas norte-americanas sobre importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina.

"O Brasil e a Argentina têm promovido uma forte desvalorização de suas moedas, o que não é bom para nossos fazendeiros. Então irei, imediatamente, retomar as tarifas sobre todo aço e alumínio embarcado para os EUA a partir desses países", escreveu.

Em nota conjunta, os ministérios das Ministérios da Agricultura, Relações Exteriores e Economia disseram que o governo brasileiro tomou conhecimento sobre a declaração de Trump e está em contato com interlocutores em Washington sobre o tema.

Dizem ainda que "o governo trabalhará para defender o interesse comercial brasileiro e assegurar a fluidez do comércio com os EUA, com vistas a ampliar o intercâmbio comercial e aprofundar o relacionamento bilateral, em benefício de ambos os países."

Histórico

Em março de 2018,o governo Trump anunciou novas tarifas de importação no valor de 25% sobre o aço e de 10% com base em "segurança nacional". Parceiros comoCanadá, México e União Europeia foram os mais atingidos.

“Trump escolheu aço e alumínio porque são commodities industriais que ele entende e com que se importa, e porque a produção de aço tem ressonância emocional em partes do Meio-Oeste”, disse Ian Bremmer, presidente da Eurasia, consultoria de risco político à EXAME na época.

O fechamento comercial para supostamente proteger a indústria norte-americana tem sido uma das principais bandeiras de Trump desde a campanha, colocando a China como principal frente de batalha.

Já em maio, após negociações com os governos, Trump se comprometeu em não incluir a Argentina e o Brasil na lista dos países que teriam o alumínio e o aço sobretaxados.

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