Bolsonaro diz que não vai dar subsídios de energia elétrica a igrejas
Após reuniões com Silas Malafaia e com ministro de Minas e Energia, presidente disse que embora impacto fosse mínimo, decisão iria contra política econômica
Reuters
Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 13h39.
Última atualização em 15 de janeiro de 2020 às 14h08.
Brasília — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que não haverá qualquer concessão de subsídio de energia para igrejas, após reuniões nesta manhã com o coordenador da bancada evangélica na Câmara, Silas Câmara (Republicanos-AM), e com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
"Não tem negociação nesse sentido", afirmou Bolsonaro, na saída do encontro o ministro.
Segundo o presidente, embora o impacto orçamentário da adoção da medida fosse "mínimo", iria contra a política econômica do governo federal. Ele disse que, quando se fala em subsídio, "alguém vai ter que pagar" a conta na outra ponta da linha.
"O Brasil é o país dos subsídios. Quatro por cento do PIB vai para subsídios", disse o presidente mais cedo.
O Ministério de Minas e Energia afirmou na semana passada que uma proposta para reduzir gastos de templos religiosos com energia está em discussão no governo. O ministro Bento Albuquerque disse em entrevista à Reuters que a medida teria custos "insignificantes", estimados por ele em cerca de 30 milhões de reais por ano.
Segundo o ministro de Minas e Energia, o subsídio a templos estava em avaliação também no Ministério da Economia. A pasta comandada por Paulo Guedes publicou em dezembro estudo crítico ao excesso de encargos na conta de luz dos brasileiros --os subsídios bancados por cobranças na tarifa de energia demandarão 22 bilhões de reais neste ano.