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Bolsonaro diz estar fazendo o possível para reduzir preços do combustível

Presidente criticou "monopólio" na distribuição; ministro afirmou não ver possibilidade de nova greve de caminhoneiros

Combustível: presidente Jair Bolsonaro afirmou que o preço da gasolina, do etanol e do diesel estão altos no país (Reprodução/Getty Images)
BC

Beatriz Correia

Publicado em 16 de dezembro de 2019 às 14h42.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que está "fazendo o possível" para reduzir o preço do combustível e que estuda quebrar o "monopólio" que disse existir na distribuição. Bolsonaro visitou nesta segunda o Ministério da Infraestrutura , onde se reuniu com o titular da pasta, Tarcísio de Freitas.

"Preço de combustível...Lá na refinaria o preço está lá embaixo, ele cresce e fica alto por causa de quê? Impostos estaduais, ICMS, basicamente. E depois o monopólio ainda que existe na questão de distribuição e nós estamos buscando quebrar esse monopólio para diminuir o preço. Só com a concorrência ele pode diminuir", disse Bolsonaro na saída do ministério. "Estamos fazendo o possível para baratear o preço do combustível. Reconhecemos que está alto no Brasil", acrescentou.

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Depois, um assessor falou algo no ouvido do presidente e ele ressaltou o preço do diesel na refinaria. "Preço médio do diesel na refinaria, R$ 2,60. Aí tem impostos estaduais, tem imposto municipal, também, custo da logística e da distribuição, tem o lucro do dono do posto de gasolina, isso aí", disse.

Bolsonaro afirmou que já levou sugestões para o ministro da Economia, Paulo Guedes, e para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, mas não adiantou nenhuma medida. O presidente também voltou a defender a venda de etanol pelos produtores diretamente para postos de gasolina, que já foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), mas que ainda precisa ser regulada por lei.

"Questão do etanol nós tentamos, estamos tentando ainda, de modo que, das empresas que produzem o etanol, as usinas possam vender diretamente ao posto de gasolina. Tem caminhões de transporte de etanol que andam 400 quilômetros para entregar o etanol a um quilômetro da usina. Isso é um absurdo. Tem gente que é contra isso daí porque há interesse econômico e de grupos aqui no Brasil, não é fácil buscar uma solução para tudo, mas estamos fazendo o possível".

Tarcísio foi questionado sobre a possibilidade de uma greve de caminhoneiros, mas afirmou não acreditar que ela ocorra, porque, segundo ele, o governo tem um diálogo constante com a categoria. Protestos da caminhoneiros haviam sido convocados para esta segunda, mas não foram realizados.

"Eu acho que sim (greve está descartada). Observe que hoje era o dia de início, não está tendo nada nas estradas, não houve nenhum ponto de bloqueio, porque há um respeito muito grande nosso com caminhoneiros, e um respeito muito grande dos caminhoneiros com a gente. Conseguimos realmente estabelecer um diálogo, eles sabem que têm as portas abertas, e a cada dia a gente constrói uma solução", avaliou.

O ministro afirmou que tratou da malha ferroviária na reunião com Bolsonaro e disse que em breve "boas notícias" sobre a Transnordestina serão anunciadas.

Bolsonaro ainda afirmou que continua discutindo com Paulo Guedes o projeto de reforma tributária, mas ressaltou que, para ser aprovada, a proposta não poderá ser "ampla, geral e irrestrita", ou seja, envolvendo impostos federais, estaduais e municipais.

"O Paulo Guedes já falou comigo, eu com ele, se nós quisermos fazer uma reforma tributária ampla, geral e irrestrita, envolvendo Executivo federal, estaduais e municipais, não vai ser feito nada. Tenho falado com o Paulo Guedes para usar a palavra simplificação de impostos e focar nos impostos federais".

De acordo com o presidente, a sociedade irá decidir se quer a criação de novos impostos, mesmo que para substituir outros.

"Todas as alternativas estão na mesa, nós não queremos criar nenhum novo tributo, a não ser que seja para extinguir outros, e, assim mesmo, colocado junto à sociedade para ver qual a reação da sociedade, (para saber se) a gente vai levar avante essa proposta ou não", afirmou.

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