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Bolsonaro defende ajuste no teto de gastos, diz porta-voz do Planalto

"Se mudança no teto não for feita, tendência é governo ficar sem verba para manter máquina", disse Otávio Rêgo Barros

Porta voz da Presidência da República Otávio do Rêgo Barros. (Wilson Dias/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 19h23.

Última atualização em 4 de setembro de 2019 às 19h52.

O presidente Jair Bolsonaro defende mudanças na regra do teto de gastos, que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação. A informação foi dada nesta quarta-feira pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.

"Se mudança no teto não for feita, tendência é governo ficar sem verba para manter máquina", disse o porta-voz. Segundo ele, o governo não irá exigir mais impostos da sociedade. A mudança ainda não foi definida.

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O presidente vai deliberar sobre qual ajuste fará na regra criada no governo do ex-presidente Michel Temer, em 2016, a partir de um estudo que está sendo feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Como o Estadão/Broadcast antecipou, a mudança na regra é defendida pela Casa Civil e pelo comando das Forças Armadas.

Bolsonaro votou como deputado a favor da instituição do teto de gastos. Segundo o porta-voz, "as pessoas evoluem na medida em que percebem modificações de conjuntura".

"Acho que daqui a dois ou três anos vai zerar as despesas discricionárias (gastos de custeio e investimentos). É isso? Isso é uma questão de matemática, nem preciso responder para você, isso é matemática", disse Bolsonaro pela manhã.

Como mostrou o Broadcast/Estadão, a preocupação com o aperto fiscal no grupo político e militar ao redor do presidente cresceu porque, mesmo que o governo consiga ampliar a arrecadação e reduzir o rombo das contas públicas nos próximos anos, o teto de gastos apertado e o avanço das despesas obrigatórias (como o pagamento de salários e aposentadorias) reduzirão o espaço para investimentos em obras e programas do governo, dificultando a estratégia do presidente de deixar a sua marca. O próprio Bolsonaro já admitiu que o Orçamento enxuto atrapalha uma possível reeleição em 2022.

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