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Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2009 às 07h58.
As bolsas da valores da Ásia fecharam em queda nesta sexta-feira (27), atingidas pelas ondas de choque geradas pela crise da dívida de Dubai e o pedido de moratória pelo grupo econômico Dubai World. Preocupações sobre a situação do país derrubaram ações de bancos e impulsionaram o iene para maior nível em 14 anos contra o dólar.
Os futuros de bolsas dos Estados Unidos desabavam cerca de 3%, sinalizando um dia duro para Wall Street, que ficou fechada na quinta-feira (26) pelo feriado do de Ação de Graças.
A crise em Dubai aumentou preocupações de investidores sobre calotes que podem atingir a economia global em um momento em que ela está tentando se recuperar da crise financeira internacional.
O índice MSCI que reúne mercados da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão desmoronava 3,81% às 7h36 (horário de Brasília).
A bolsa de Tóquio fechou com tombo de 3,22%, a 9.081 pontos, no menor nível em quatro meses. O mercado ficou sob pressão adicional gerada pela valorização do iene ao maior patamar em 14 anos contra o dólar, o que pesou sobre ações de companhias exportadoras.
A alta do iene ainda alimenta preocupações de que a economia do Japão vai voltar a um quadro de recessão, o que obrigou o governo a disparar o mais forte sinal até agora de que está considerando intervir para enfraquecer a moeda. O banco central japonês está pedindo a vários bancos, locais e estrangeiros, cotações que estão sendo usadas na compra de dólares.
As ações de bancos ficaram entre as mais atingidas na região por conta da preocupação com a potencial exposição a bilhões de dólares da dívida de Dubai.
O HSBC afundou 7,59 % em Hong Kong depois que suas ações fecharam em baixa de 4,8% em Londres durante a noite. O Standard Chartered desabou 8,62%, após tombo de 6% em Londres.
O maior banco do Japão, Mitsubishi UFJ Financial Group perdeu 2,2%.
A bolsa de Seul fechou com forte queda de 4,7% e Taiwan caiu 3,21%, sendo os dois maiores pesos sobre o índice MSCI. Estes mercados são os mais sensíveis à economia global.
"Algumas dessas tensões podeM respingar sobre essas economias que são externamente dependentes de financiamento para seus planos de investimento", afirmou Binay Chandgothia, chefe de investimentos da Principal Global Investors, em Hong Kong.
Dubai informou na quarta-feira (25) que quer que credores da estatal Dubai World e sua subsidiária imobiliária Nakheel, esperem o pagamento de dívida, em um primeiro passo para uma reestruturação.
A Dubai World, o conglomerado que liderou o crescimento acelerado do emirado, tinha cerca de US$ 59 bilhões em compromissos de dívida até agosto.
A bolsa de Hong Kong desabou 4,84%, Xangai fechou em queda de 2,36%, CINGAPURA caiu 1,1% e Sydney recuou 2,9%.