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Boletim Focus: mercado vê Selic a 4,5% em 2019 com inflação fraca

O relatório semanal do Banco Central apontou que a expectativa para a alta do IPCA neste ano caiu de 3,28% para 3,26%

Inflação: mercado revisa previsão do IPCA para baixo em 0,2 pontos percentuais (SOPA Images/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 21 de outubro de 2019 às 09h14.

Última atualização em 21 de outubro de 2019 às 11h36.

São Paulo — O mercado voltou a reduzir a expectativa para a taxa básica de juros Selic neste ano, em meio a projeções mais baixas para a inflação tanto em 2019 quanto em 2020, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira.

A expectativa agora é de que a Selic termine 2019 a 4,50%, de 4,75% esperado antes. Assim, a projeção geral se alinha à do Top-5, grupo que mais acerta as previsões, que já havia feito esse movimento no levantamento anterior.

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Para 2020, permanece a projeção de Selic a 4,75% no agregado, mas o Top-5 reduziu o cenário para os juros a 4,25%, de 4,50%.

A Selic foi reduzida em setembro em 0,50 ponto percentual, para 5,50% ao ano, nova mínima histórica, com o BC indicando de forma explícita novo alívio monetário.

As expectativas de maior afrouxamento monetário ocorrem em um ambiente de inflação baixa. O levantamento semanal apontou que a expectativa para a alta do IPCA neste ano caiu 0,02 ponto percentual, a 3,26%; enquanto que para 2020 a conta caiu em 0,07 ponto, a 3,66%

O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25% e, de 2020, de 4%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento foi ajustada a 0,88% em 2019, de 0,87% antes, e continua em 2% para 2020 na mediana das projeções.

PIB

A expectativa de crescimento da economia em 2019 passou de 0,87% para 0,88%. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,87%.

Para 2020, o mercado financeiro manteve a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB), em 2,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

No fim de agosto, o IBGE informou que o PIB do segundo trimestre de 2019 subiu 0,4% em relação ao primeiro trimestre.

Em setembro, o BC atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 0,8% para elevação de 0,9%.

No Focus desta segunda-feira, a projeção para a produção industrial de 2019 seguiu com baixa de 0,65%. Há um mês, estava em baixa de 0,53%. No caso de 2020, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 2,29%, igual ao visto quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2019 foi de 56,05% para 56,10%. Há um mês, estava em 56,05%. Para 2020, a expectativa passou de 58,40% para 58,00%, ante 58,00% de um mês atrás.

Dólar

O relatório mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2019. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano seguiu em R$ 4,00, ante R$ 3,95 de um mês atrás.

Para o próximo ano, a projeção para o câmbio foi de R$ 3,95 para R$ 4,00, ante R$ 3,90 de quatro pesquisas atrás.

Balança comercial

O mercado alterou a projeção para a balança comercial em 2019 no Focus de superávit comercial de US$ 50,43 bilhões para US$ 48 85 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 51,95 bilhões. Para 2020, a estimativa de superávit passou de US$ 47,00 bilhões para US$ 45,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 48,10 bilhões.

Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2019 ficará em US$ 43,0 bilhões. Esta projeção foi atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro.

No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2019 foi de déficit de US$ 27,50 bilhões para US$ 31,30 bilhões, ante US$ 23,00 bilhões de um mês antes. Para 2020, a projeção de rombo foi de US$ 33,00 bilhões para US$ 37,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 32,00 bilhões.

O BC projeta déficit em conta de US$ 36,3 bilhões em 2019.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário nos próximos anos. A mediana das previsões para o IDP em 2019 foi de US$ 81,85 bilhões para US$ 80,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 85,00 bilhões. Para 2020, a expectativa foi de US$ 83,20 bilhões para US$ 80,00 bilhões, ante US$ 85,00 bilhões de um mês antes.

O BC projeta IDP de US$ 75,0 bilhões em 2019.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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