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Bens e serviços de Natal terão deflação pela 1ª vez em 17 anos

O levantamento, com início em 2001, levou em consideração o movimento de preços de 214 itens, que já acumulam uma queda de 1,1% de janeiro a outubro

O cálculo teve como referência a taxa acumulada em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (Carl Court/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de novembro de 2017 às 11h09.

Última atualização em 7 de novembro de 2017 às 13h52.

Rio - Os preços dos bens e serviços mais consumidos no Natal estão caminhando para registrar deflação pela primeira vez em pelo menos 17 anos, segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O levantamento, com início em 2001, levou em consideração o movimento de preços de 214 itens, que já acumulam uma queda de 1,1% em 12 meses até outubro, após avanços de 9,8% no ano de 2016 e de 10,4% em 2015.

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O cálculo teve como referência os resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nos últimos 12 meses encerrados em outubro, os maiores recuos de preços foram registrados pelos aparelhos de telefone celular (-9,1%), equipamentos de TV, som e informática (-7,7%) e alimentos para consumo no domicílio (-5,4%). Por outro lado, as passagens aéreas (+17,9%), os bilhetes de ônibus intermunicipais (+7,2%) e os tênis (+6,9%) devem permanecer consideravelmente mais caros do que no Natal passado.

A cesta de consumo mais barata aliada à melhora no mercado de trabalho, redução nos juros ao consumidor e liberação de recursos extraordinários (como o PIS/Pasep) fizeram a CNC revisar a projeção de crescimento das vendas para o Natal de 4,3% para 4,8% em 2017. O varejo vem de duas quedas seguidas nas vendas natalinas: -5% em 2015 e -4,9% em 2016. Em 2014, houve avanço de 1,8%.

"Se a situação melhorar, se o cenário permanecer favorável, podemos ter um Natal com vendas até melhores do que em 2013, quando cresceram 5%. Seria o melhor Natal em cinco anos. Esse crescimento maior não está descartado", afirmou Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC.

A expectativa é que o varejo movimente R$ 34,7 bilhões no Natal de 2017. Os segmentos de supermercados (R$ 11,6 bilhões), vestuário (R$ 9,0 bilhões) e artigos de uso pessoal e doméstico (R$ 5,0 bilhões) devem responder por dois terços das vendas natalinas, mas o maior aumento em relação ao ano anterior deverá ocorrer nas lojas de móveis e eletrodomésticos, com avanço esperado de 17,4% no volume vendido.

"O mercado de trabalho ajuda nesse melhor desempenho. Já são seis meses seguidos de geração de vagas formais pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho), a taxa de desemprego vem recuando. Com a inflação baixa e aumento da ocupação, o orçamento das famílias acaba preservado", lembrou Bentes.

A melhora na expectativa de vendas provocará uma demanda maior por trabalhadores temporários. A CNC revisou de 73,1 mil para 73,8 mil a previsão de contratação de trabalhadores formais para o Natal deste ano. Os setores com maior geração de vagas são vestuário e calçados (48,4 mil vagas), hipermercados e supermercados (10,3 mil) e lojas de artigos de uso pessoal e doméstico (8,0 mil).

O salário médio de admissão deve alcançar R$ 1.188, um avanço de 7,0% em termos nominais ante o mesmo período do ano passado. O maior salário de admissão será pago pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.443), seguido pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação (R$ 1.389).

As perspectivas de um ano de 2018 também melhor devem aumentar a efetivação de trabalhadores temporários para 30% das 73,8 mil vagas previstas. Nos dois últimos anos, a taxa de absorção de temporários não passou de 15%, apontou a CNC.

Acompanhe tudo sobre:CNI – Confederação Nacional da IndústriaComércioNatal

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