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BCE mantém taxas e foca em novos planos de compras de ativos

BCE mudou foco para o plano de compra de ativos com o qual espera reanimar a trôpega economia da zona do euro e afastar o fantasma da deflação

BCE: banco central também manteve taxa de depósito em -0,20%o, o que significa que bancos pagam para deixar recursos (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2014 às 09h51.

Nápoles - O Banco Central Europeu ( BCE ) manteve suas taxas de juros nesta quinta-feira, mudando o foco para o plano de compra de ativos com o qual espera reanimar a trôpega economia da zona do euro e afastar o fantasma da deflação.

Após cortar os juros no mês passado para o que o presidente do BCE, Mario Draghi, chamou de "limite mais baixo", o BCE deixou sua taxa de refinanciamento em 0,05 por cento.

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O banco central também manteve sua taxa de depósito em -0,20 por cento, o que significa que bancos pagam para deixar recursos no BCE. "Nenhuma mudança, mas o foco para esta reunião não está nos juros, mas sim nos programas de compra", disse o economista do Nomura Nick Matthews. "Os mercados estarão buscando todos os detalhes, particularmente as classificações mínimas para bônus cobertos e ABS (títulos lastreados em ativos)".

Várias centenas de manifestantes protestavam na cidade italiana de Nápoles onde o conselho do BCE se reuniu.

Manifestantes usavam palavras de ordem e marchavam sob um faixa grande que dizia: "Insegurança em emprego, pobreza, desemprego, especulação. Livre-nos do BCE!" e oradores atacavam os cortes de gastos, perdas de empregos e políticas de austeridade que segundo eles foram impostos por Bruxelas.

Draghi já instou governos a fazerem sua parte para impulsionar a confiança com a implementação de reformas estruturais. De sua parte, o BCE anunciou em junho que planejava começar a comprar títulos lastreados em ativos (ABS, na sigla em inglês) --empréstimos agrupados-- e bônus cobertos, outro tipo de dívida securitizada, ainda neste ano.

O BCE espera que o programa impulsione o mercado para tais créditos e sustente o empréstimo a pequenas e médias empresas que formam o pilar da economia da zona do euro.

Mas para que o plano se aplique ao bloco, o banco central pode precisar comprar ABS de um padrão mais baixo do que normalmente exige como garantia de quem acessa suas operações de financiamento.

Essa perspectiva já provocou controvérsia na Alemanha e em outros lugares. Mas a fraca perspectiva econômica convenceu a maioria dos 24 membros do Conselho do BCE que precisam agir.

Uma pesquisa da Reuters na segunda-feira mostrou que operadores esperam, em média, que o BCE compre um total de 200 bilhões de euros em ABS e bônus cobertos em um ano.

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