BC projeta déficit em transações correntes menor em maio
Valor cairá para 2,7 bilhões no mês, após atingir 4,5 bilhões em abril
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - O déficit em transações correntes deve ficar em US$ 2,7 bilhões neste mês, segundo projeção divulgada hoje (25) pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes. Segundo ele, A melhora é influenciada pelo período em que é comum o aumento das exportações de commodities (mercadorias com cotação no mercado internacional).
No mês passado, esse déficit foi de US$ 4,583 bilhões. No primeiro quadrimestre, o resultado ficou em US$ 16,728 bilhões, contra US$ 4,832 bilhões observados de janeiro a abril de 2009.
Lopes disse que um dos fatores que tem provocado o crescimento do déficit em conta corrente ao longo do ano é o aumento do saldo negativo na conta de viagens internacionais, que registra despesas de brasileiros no exterior menos as receitas de estrangeiros no Brasil.
Com o ganho de renda da população, diz Lopes, o déficit nessa conta aumenta já que as pessoas viajam mais. De janeiro a abril deste ano, o déficit na conta de viagens ficou em US$ 2,453 bilhões, contra US$ 877 milhões no mesmo período de 2009.
Os gastos com aluguel de equipamentos também têm crescido, acompanhado do aumento dos investimentos no país. A conta fechou o quadrimestre com déficit de US$ 3,910 bilhões, contra US$ 2,818 bilhões de igual período do ano passado.
Lopes lembrou que também vem crescendo o déficit da conta de transportes de US$ 1,761 bilhão de janeiro a abril contra US$ 905 milhões nos quatro primeiros meses de 2009. O resultado se deve ao aumento de exportações e importações.
Lopes acrescentou que há expectativa de superávit comercial "um pouco melhor", com o aumento dos preços das commodities. De janeiro a abril, o superávit comercial ficou em US$ 2,176 bilhões, contra US$ 6,681 bilhões.
O chefe do Departamento Econômico do BC citou ainda o aumento das remessas de lucros e dividendos ao exterior neste ano em relação a 2009, devido ao crescimento econômico do país em 2010.
Com a crise do ano passado, as empresas estrangeiras no Brasil tinham menos lucros para enviar ao exterior. De janeiro a abril, as remessas de lucros e dividendos ficaram em US$ 7,931 bilhões, contra US$ 5,273 bilhões observados no mesmo período de 2009.