BC fará o necessário para levar inflação à meta em 2017
Em sua primeira coletiva de imprensa no cargo, Lopes destacou que o BC "adotará as medidas necessárias para o cumprimento dos objetivos do regime de metas
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2015 às 13h22.
Brasília - O Banco Central fará o que for preciso para levar a inflação ao centro da meta em 2017 e, apesar de seguir acreditando na manutenção do atual patamar da taxa de básica de juros para ter sucesso na tarefa, poderá elevar a Selic se entender necessário, mesmo diante da fraqueza econômica.
A mensagem foi repetida diversas vezes pelo diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, após a divulgação do Boletim Regional nesta quinta-feira, reforçando a postura mais dura do BC em meio à persistência do cenário de indefinições fiscais e turbulências políticas no país.
Em sua primeira coletiva de imprensa no cargo, Lopes destacou que o BC "adotará as medidas necessárias para o cumprimento dos objetivos do regime de metas e para trazer a inflação à 4,5 por cento ao ano em 2017", apontando que, para 2016, o alvo será levar o IPCA o mais próximo possível desse patamar.
A meta do próximo ano é de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. "A intenção é a manutenção de juros por período suficientemente prolongado, sem descartar a adoção de medidas para o cumprimento do regime de metas. Esse é o ponto fundamental", disse ele.
Após manter a Selic em 14,25 por cento ao ano no fim de outubro, o BC deixou claro que o objetivo de levar a inflação ao centro da meta havia sido deslocado do fim de 2016 para 2017.
Na ata do Copom, divulgada na semana passada, o BC piorou sua previsão para a inflação neste ano e em 2016, afirmando que ambas estão acima do centro da meta, e já havia elavado o tom ao afirmar que permaneceria vigilante "independentemente do contorno das demais políticas", citando claramente o atual cenário fiscal conturbado e incerto.
"Por eventos que não estavam no radar, por força de eventos não econômicos que acabaram por afetar preços de ativos, por um ajuste de preços relativos entre administrados e livres mais prolongado e mais intenso, o Banco Central entendeu como razoável estender o período para a convergência da inflação à meta para 2017", disse Lopes.
"A manutenção (da Selic) por um período prolongado, no nosso entendimento, cumpre esse papel..., mas se for necessário, o BC tem medidas e pode adotá-las independentemente do nível de atividade que se apresente", completou.
Na mais recente pesquisa Focus do BC, economistas de instituições financeiras elevaram suas expectativas para a alta do IPCA neste ano e no próximo a 9,91 e 6,29 por cento, respectivamente, enxergando há semanas o IPCA acima do centro da meta em 2017, a 5 por cento.
As declarações do diretor do BC influenciavam o mercado de juros futuros nesta sessão e guiavam a alta dos DIs, com os investidores reforçando as apostas de que o BC poderá voltar a elevar a Selic se o cenário se deteriorar muito.
O governo ainda luta para ver aprovado um projeto de lei que altera a meta de resultado primário este ano para déficit de até 117 bilhões de reais, sobre meta anterior de superávit de 8,7 bilhões de reais.
O tamanho do rombo deste ano afetará os esforços para o setor público consolidado obter superávit equivalente a 0,7 por cento do PIB no ano que vem, tarefa que também será dificultada pela frustração na arrecadação diante da economia em recessão e falta de consenso político para aprovação de medidas de ajuste fiscal, fatores que abalam a confiança dos agentes econômicos.
Brasília - O Banco Central fará o que for preciso para levar a inflação ao centro da meta em 2017 e, apesar de seguir acreditando na manutenção do atual patamar da taxa de básica de juros para ter sucesso na tarefa, poderá elevar a Selic se entender necessário, mesmo diante da fraqueza econômica.
A mensagem foi repetida diversas vezes pelo diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, após a divulgação do Boletim Regional nesta quinta-feira, reforçando a postura mais dura do BC em meio à persistência do cenário de indefinições fiscais e turbulências políticas no país.
Em sua primeira coletiva de imprensa no cargo, Lopes destacou que o BC "adotará as medidas necessárias para o cumprimento dos objetivos do regime de metas e para trazer a inflação à 4,5 por cento ao ano em 2017", apontando que, para 2016, o alvo será levar o IPCA o mais próximo possível desse patamar.
A meta do próximo ano é de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. "A intenção é a manutenção de juros por período suficientemente prolongado, sem descartar a adoção de medidas para o cumprimento do regime de metas. Esse é o ponto fundamental", disse ele.
Após manter a Selic em 14,25 por cento ao ano no fim de outubro, o BC deixou claro que o objetivo de levar a inflação ao centro da meta havia sido deslocado do fim de 2016 para 2017.
Na ata do Copom, divulgada na semana passada, o BC piorou sua previsão para a inflação neste ano e em 2016, afirmando que ambas estão acima do centro da meta, e já havia elavado o tom ao afirmar que permaneceria vigilante "independentemente do contorno das demais políticas", citando claramente o atual cenário fiscal conturbado e incerto.
"Por eventos que não estavam no radar, por força de eventos não econômicos que acabaram por afetar preços de ativos, por um ajuste de preços relativos entre administrados e livres mais prolongado e mais intenso, o Banco Central entendeu como razoável estender o período para a convergência da inflação à meta para 2017", disse Lopes.
"A manutenção (da Selic) por um período prolongado, no nosso entendimento, cumpre esse papel..., mas se for necessário, o BC tem medidas e pode adotá-las independentemente do nível de atividade que se apresente", completou.
Na mais recente pesquisa Focus do BC, economistas de instituições financeiras elevaram suas expectativas para a alta do IPCA neste ano e no próximo a 9,91 e 6,29 por cento, respectivamente, enxergando há semanas o IPCA acima do centro da meta em 2017, a 5 por cento.
As declarações do diretor do BC influenciavam o mercado de juros futuros nesta sessão e guiavam a alta dos DIs, com os investidores reforçando as apostas de que o BC poderá voltar a elevar a Selic se o cenário se deteriorar muito.
O governo ainda luta para ver aprovado um projeto de lei que altera a meta de resultado primário este ano para déficit de até 117 bilhões de reais, sobre meta anterior de superávit de 8,7 bilhões de reais.
O tamanho do rombo deste ano afetará os esforços para o setor público consolidado obter superávit equivalente a 0,7 por cento do PIB no ano que vem, tarefa que também será dificultada pela frustração na arrecadação diante da economia em recessão e falta de consenso político para aprovação de medidas de ajuste fiscal, fatores que abalam a confiança dos agentes econômicos.