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BC estima inflação de 5,3% e;crescimento de 4%;em 2005

Bradesco prevê novos aumentos da Selic nos próximos meses

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h52.

Os aumentos de preços perderão o fôlego no próximo ano, mas a desaceleração dos reajustes não será suficiente para que o país atinja a meta de 5,1% de inflação determinada para 2005. Segundo relatório do Banco Central (BC), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza as metas oficiais, deve acumular uma alta de 5,3%.

Para estimar a inflação de 2005, o BC baseou-se num cenário em que a taxa básica de juros (Selic) permanecerá em 17,75% ao ano durante 2005, com o câmbio em 2,75 reais por dólar. Nessa situação, a inflação acumulada nos 12 meses encerrados em março seria de 7,1%, caindo para 5,3% no acumulado de 12 meses até dezembro de 2005. Já a inflação de 2006 ficaria em 4%, abaixo do centro da meta.

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"Essa redução da inflação está, em grande medida, associada ao processo de ajuste da taxa de juros básica realizada pelo Copom nos últimos meses e à valorização da taxa de câmbio", afirma o relatório do BC. Num segundo cenário, o BC considerou as expectativas do mercado, para o qual a Selic cairá de 17,04% ao ano (na média de 2004) para 15,75% ao ano (na média de 2005) e para 14,14% em 2006. Já o câmbio parte de uma média de 2,81 reais por dólar, no quarto trimestre de 2004, para 2,99 reais no último trimestre de 2005.

Com esses números, a inflação estimada para 2005 sobe para 6,3%. Em 2006, ela seria de 5%. Conforme o BC, quando se adota o cenário de referência, traçado pelo próprio banco, a probabilidade de se superar o centro da meta de 2005 é de 18%, contra 31% de chances ao se adotarem as projeções do mercado.

Crescimento

O BC também divulgou, nesta terça-feira (28/12), sua expectativa de crescimento do país para 2004 e 2005. Para este ano, a autoridade monetária elevou sua estimativa de incremento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,4% para 5%, após a divulgação do aumento de 6,1% do PIB no terceiro trimestre.

Em 2005, o BC estima que o PIB brasileiro crescerá 4%. Os dois setores que devem sustentar a expansão econômica são a agropecuária, cujo PIB deve crescer 4,2% no próximo ano, conforme o BC, e a indústria, que deve avançar 4,8%. No setor industrial, o BC destacou a indústria de extração mineral, cujas atividades podem se expandir em 6,4%. Já a indústria de transformação deve desacelerar, crescendo 4,5%, contra 7% em 2004.

"O crescimento da indústria a taxa menor do que a observada ao longo de 2004 favorece a sustentabilidade da expansão, considerado, sobretudo, o ritmo de ocupação da capacidade instalada", afirma o relatório. O setor de serviços deve apresentar o menor ritmo de expansão: 2,9%. Apesar disso, alguns subsetores se destacarão, como o comércio (4,5%), os transportes (5%), e as comunicações (4%).

Novos aumentos
Para o Bradesco, os cenários traçados pelo BC reforçam as chances de novos aumentos da Selic nos próximos meses. "Com base no conjunto ata (do Copom) e no relatório, atribuímos maior probabilidade para mais dois aumentos de juros: 0,5 pp em janeiro e 0,25 pp em fevereiro", afirma o banco.

Segundo o Bradesco, o relatório do BC indica que a autoridade monetária está mais otimista que o mercado em relação ao crescimento do país. Parte desse otimismo vem da percepção de que a expansão econômica será, cada vez mais, sustentada por setores que dependem da renda e não do crédito, um dos principais responsáveis pelo aumento do PIB em 2004.

Isso permitiria que o BC mantivesse os juros elevados por um longo período em 2005, a fim de trazer a inflação para o centro da meta, sem comprometer a expansão do país, conforme o Bradesco.

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