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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h21.
A equipe econômica do governo Lula mostrou que estudou o dever de casa e surpreendeu o mercado positivamente elevando a taxa básica de juros da economia (Selic) para 25,5% ao ano um dia depois de ajustar a meta de inflação para 8,5%. A decisão foi unânime e o Comitê de Política Monetária (Copom) não adotou viés.
"Os indicadores de inflação mostraram sinais de queda, no entanto, o Copom julgou que a convergência das expectativas de inflação para as trajetórias das metas recomenda elevação da taxa para 25,5%", justificou o comitê. Os demais motivos para a alta só serão conhecidos na próxima quarta-feira (29/1), quando será divulgada a ata da reunião. Os juros permanecerão nesse patamar até a próxima reunião do Copom, em 19 de fevereiro.
O recuo mais lento da inflação e a cotação do dólar, que continua pressionado principalmente por fatores externos, devem ser os motivos que levaram o Banco Central a elevar a taxa em 0,5 ponto percentual.
A alta do juro é um fator decisivo, aliado à ampliação da meta de inflação, para conter a inflação e permitir, em um segundo momento, a retomada do crescimento econômico.
Essa reunião do Copom era aguardada com ansiedade porque trata-se da melhor chance de o governo colocar em prática o discurso de austeridade monetária do ministro da Fazenda Antônio Palocci e do presidente do BC, Henrique Meirelles.
O CSFB avaliava que seria necessário um aumento de 1 ponto percentual para manter o aperto monetário. Um levantamento feito pelo instituto de pesquisa e análise econômica Global Invest mostra que apenas 28% dos entrevistados acreditava que o BC ia elevar a taxa de juros.