BC dos EUA eleva juros e vê fortalecimento do emprego e atividade
A decisão desta quarta-feira foi unânime (8 a 0) e marca a segunda elevação no ano de 2018; atividade se expande de forma "sólida", aponta comunicado
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de junho de 2018 às 15h52.
Última atualização em 13 de junho de 2018 às 15h57.
São Paulo - O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) elevou a taxa dos Fed funds em 0,25 ponto porcentual, para a faixa entre 1,75% e 2,0%. A decisão desta quarta-feira foi unânime (8 a 0) e marca a segunda elevação no ano de 2018. A taxa de desconto também foi elevada em 0,25 ponto porcentual, para 2,50%.
Informações recebidas pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed entre a reunião de política monetária de maio e o encontro desta quarta-feira indicam que o mercado de trabalho continuou a se fortalecer e a atividade econômica tem se expandido a um ritmo "sólido", aponta o comunicado da instituição.
"Ganhos de empregos têm sido fortes, na média, em meses recentes, e a taxa de desemprego declinou", afirma o Fed. "Dados recentes sugerem que o crescimento de gastos das famílias acelerou, enquanto o investimento em capital fixo de empresas continuou a crescer fortemente."
A nota do BC americano comenta ainda que, na base de 12 meses, tanto a inflação nominal quanto a inflação excluindo alimentos e energia se aproximaram de 2%, ao passo que indicadores de expectativa de inflação de prazo mais longo mudaram pouco, na média.
Em seu comunicado, o Fed lembra de seu mandato de garantir máximo emprego, com estabilidade de preços.
"O Comitê espera que mais elevações graduais na taxa para os fed funds sejam consistentes com a expansão sustentável da atividade econômica, condições fortes do mercado de trabalho e inflação próxima da meta simétrica de 2% do comitê no médio prazo", diz, acrescentando que os riscos à perspectiva econômica parecem em geral equilibrados.
Diante das condições atuais e das expectativas para o mercado de trabalho e a inflação, os dirigentes do Fed afirmam que decidiram elevar os juros para a faixa entre 1,75% e 2%, mas argumentam que isso não significa um endurecimento excessivo:
"A postura da política monetária continua acomodatícia, portanto apoiando as condições fortes no mercado de trabalho e uma volta sustentável à inflação em 2%", diz.
O Fed afirma ainda que, ao determinar o cronograma e o tamanho de ajustes futuros da taxa de juros, avaliará as condições reais e as esperadas para a economia, tendo em vista seus objetivos para inflação em 2%, com máximo emprego.
"Essa avaliação levará em conta uma série de informações, incluindo medidas das condições do mercado de trabalho, indicadores de pressão inflacionária e expectativas para a inflação e leituras dos acontecimentos financeiros e internacionais", diz o comunicado.