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BC: déficit é resultado do crescimento da economia

Em janeiro, o Brasil amargou o pior resultado das contas externas da série iniciada em 1947

A autoridade monetária mantém a análise de que boa parte da saída de dólares nos últimos meses tem sido motivada pelo sucesso da economia (Divulgação/Banco Central)
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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2012 às 21h28.

Brasília - O saldo comercial negativo de janeiro surpreendeu o Banco Central (BC) e foi o principal responsável pelo déficit em transações correntes maior que o esperado pela própria instituição no mês passado. Em janeiro, o Brasil amargou o pior resultado das contas externas da série iniciada em 1947. O desempenho, porém, não preocupa o BC.

A autoridade monetária mantém a análise de que boa parte da saída de dólares nos últimos meses tem sido motivada pelo sucesso da economia brasileira: empresas e famílias demandam volumes crescentes de produtos e serviços do exterior e, entre as companhias multinacionais, a economia que cresce gera lucros e motiva a remessa de lucros às sedes.

"Um ponto que devemos frisar é que o perfil do déficit em transações correntes atualmente é diferente. Nas décadas de 80 e 90, boa parte do resultado negativo era gerado pelo pagamento de juros da dívida externa. Essa conta tinha efeito nocivo porque precisava ser paga independentemente do ciclo econômico. Agora, o déficit é gerado por bens e serviços e remessas de lucros e dividendos, que é um item pró-cíclico", explicou o chefe do departamento econômico do BC, Tulio Maciel.

Outros carnavais

Maciel argumenta que nos anos 80 e 90 as crises geravam desaceleração da economia e, mesmo com a atividade deprimida, o déficit em conta corrente continuava porque o Brasil precisava pagar juros da dívida externa. Agora, explica, a economia em expansão é o principal motor do déficit.

"Quando a economia vai bem, empresas têm lucro maior e remetem volume maior ao exterior. Essa é a diferença fundamental do perfil do déficit ao longo dos últimos anos", disse Maciel.

O chefe do departamento econômico do BC ressaltou que, em termos do PIB, o déficit em transações correntes de 2,17% do PIB no acumulado em 12 meses até janeiro não é um número tão elevado, já que em maio do ano passado o porcentual era maior, de 2,25%. "Em outros carnavais, na década de 80 e até o fim da década de 90, os déficits eram superiores a 4% do PIB, às vezes até próximos de 5% do PIB", disse.

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A autoridade monetária mantém a análise de que boa parte da saída de dólares nos últimos meses tem sido motivada pelo sucesso da economia brasileira: empresas e famílias demandam volumes crescentes de produtos e serviços do exterior e, entre as companhias multinacionais, a economia que cresce gera lucros e motiva a remessa de lucros às sedes.

"Um ponto que devemos frisar é que o perfil do déficit em transações correntes atualmente é diferente. Nas décadas de 80 e 90, boa parte do resultado negativo era gerado pelo pagamento de juros da dívida externa. Essa conta tinha efeito nocivo porque precisava ser paga independentemente do ciclo econômico. Agora, o déficit é gerado por bens e serviços e remessas de lucros e dividendos, que é um item pró-cíclico", explicou o chefe do departamento econômico do BC, Tulio Maciel.

Outros carnavais

Maciel argumenta que nos anos 80 e 90 as crises geravam desaceleração da economia e, mesmo com a atividade deprimida, o déficit em conta corrente continuava porque o Brasil precisava pagar juros da dívida externa. Agora, explica, a economia em expansão é o principal motor do déficit.

"Quando a economia vai bem, empresas têm lucro maior e remetem volume maior ao exterior. Essa é a diferença fundamental do perfil do déficit ao longo dos últimos anos", disse Maciel.

O chefe do departamento econômico do BC ressaltou que, em termos do PIB, o déficit em transações correntes de 2,17% do PIB no acumulado em 12 meses até janeiro não é um número tão elevado, já que em maio do ano passado o porcentual era maior, de 2,25%. "Em outros carnavais, na década de 80 e até o fim da década de 90, os déficits eram superiores a 4% do PIB, às vezes até próximos de 5% do PIB", disse.

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